De uns 20 anos pra cá muita coisa mudou no nosso mercado editorial de quadrinhos. Não só em formato, na qualidade ou na arte das histórias, mas principalmente no preço. E, com o objetivo de tornar novamente a leitura de revistas em quadrinhos mais acessíveis no Brasil, a Panini Comics derrubou os preços de suas publicações para que todos, inclusive as crianças, voltem a ler os 'gibis'.
A nomenclatura 'gibi' virou sinônimo de leitura rápida, de fácil compreensão e com preço baixo, associada às revistas de histórias em quadrinhos no Brasil, principalmente na década de 70 e 80. Mais tarde, com a chegada de leituras mais complexas de teor adulto e muito próximo da literatura convencional, 'gibi' tornou-se um modo pejorativo de se referir aos quadrinhos. ''Gibi pra mim é um doce na Paraíba'', disse, certa vez, um palestrante em um congresso de comunicação.
Mas, com mudanças tão bruscas na juventude atual - principal consumidora de histórias em quadrinhos - as editoras vêm buscando inúmeras saídas para atrair novamente esse público, que a cada acaba trocando a leitura de quadrinhos por outras formas de entretenimento. Afinal de contas, com internet, videogames, shopping centers, telefones celulares e motonetas, por exemplo, ficou ainda mais difícil vender um produto no tão concorrido mercado dos jovens.
Por isso mesmo, a Panini Comics decidiu lançar uma linha econômica para trazer de volta o hábito de um criança de pedir: ''mãe, eu quero um gibi!''. Com publicações com preços a partir de R$ 1,99, a editora nacional traz em papel de boa qualidade aventuras com escritores e desenhistas de primeira linha no mercado norte-americano de quadrinhos.
A revista de super-heróis atualmente com o preço mais baixo no mercado é Liga da Justiça - O desenho da TV. A edição tem o chamado formato americano (17x26 cm) e 28 páginas, ao preço de R$ 1,99. Como o próprio nome diz, as histórias giram em torno do grupo de heróis - Superman, Batman, Lanterna Verde, Mulher-Gavião, Mulher Maravilha, Ajax e Flash - que se reúnem quando alguma grande mal ameaça a Terra (ou seja, sempre). A nova série mangá Robotech - que explora o antigo anime Macross - também aproveita a febre dos quadrinhos japoneses entre a molecada brasileira com revistas em formato americano e 24 páginas, com 16 páginas de bônus na edição de estréia, ao preço de R$ 1,99.
Novas minisséries também devem ter o mesmo preço. As novas histórias de Thundercats e Tranformers têm grande probabilidade de sair aqui até o final do ano e com o valor de R$ 1,99. Os personagens de ambas as edições já tiveram bastante destaque durante os anos 80 - os desenhos animados são considerados até cult atualmente - e devem vender bastante, principalmente pela iniciativa da editora de popularizar os 'gibis' no Brasil.
Ainda pela linha econômica, os leitores podem encontrar com preços bastante acessíveis nas bancas as revistas Justiceiro & Elektra, Quarteto Fantástico & Capitão Marvel, e Hulk & Demolidor, todas com 52 páginas em formato americano e ao preço de R$ 2,90. E, atualmente, o custo benefício desta revista está bem razoável: todas têm bons escritores e artistas bastante prestigiados nos Estados Unidos.
A melhor notícia é que a moda parece ter vingado e outras editoras, como a Mythos, já anunciaram queda de preços em suas linhas de quadrinhos. Para um mercado em que uma revista dos X-Men chegou a custar R$ 12,00 - atualmente custa R$ 6,00 -, a expectativa é que todo mundo continue apostando nos 'gibis'. O leitor agradece.
Música+Quadrinhos: Kings of Leon+Justiceiro & Elektra