Já que a onda é favorável, porque não aproveitar mais um pouquinho? Com esse pensamento, a Marvel Comics já traçou os planos, pelo menos até 2005, para os heróis que vão pular das páginas dos quadrinhos para as telas do mundo todo.
Na lista estão os já confirmados para o ano que vem Justiceiro (The Punisher, possivelmente em junho, pela Artisan Entertainment), Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2, em julho, pela Sony/Columbia), Blade 3 (em agosto, pela New Line Cinema), Quarteto Fantástico (Fantastic Four, em dezembro, pela Fox Films) e Homem-Coisa (Man Thing, sem data prevista, pela Artisan Entertainment).
A editora também confirmou, ainda sem previsão de lançamento, e possivelmente em 2005, X-Men 3 (Fox Films), Hulk 2 (Universal Pictures), Namor (Universal Pictures), Elektra (New Regency/Fox), Homem de Ferro (Iron Man, pela New Line Cinema), Motoqueiro Fantasma (Ghost Rider, pela Sony), DeathLok (Paramount Pictures) e ainda uma animação de Blade para a MTV.
No rol dos próximos projetos da Marvel a surpresa fica por conta da ausência da sequência do fracassado filme do Demolidor e também pela presença de X-Men 3 e de filmes de personagens de terceira linha na editora, como Homem-Coisa, Elektra e Namor.
A tática, porém, parece bastante óbvia. Depois do estrondoso sucesso de Homem-Aranha, X-Men e Hulk, a editora resolveu catapultar as vendas de personagens clássicos mas que andam em baixa (como Namor, Quarteto Fantástico e Homem de Ferro) e trazer à tona quadrinhos de personagens obscuros mas que tiveram boas fases e até se tornaram cult, como Motoqueiro Fantasma e Homem-Coisa.
Porém, o anúncio menos esperado entre os próximos projetos quadrinhos-filme fica por conta de Homem-Coisa. O personagem, que teve sua primeira aparição em 1971, na revista Savage Tales #1, nunca teve muito sucesso e foi criado na época em que houve um retorno à onda horror e ficção científica, tão popular durante os anos 30. Assim como o fracasso nos cinemas no revival sci-fi setentista - que até resultou no pior filme já produzido por Hollywood, o famigerado Plan 9 From Outer Space, de Ed Wood -, as histórias da época foram consideradas de mau gosto, com requintes de filmes B.
Ainda assim, a onda se alastrou e a Marvel, em Strange Tales, colocou à disposição dos leitores temas relacionados a Drácula, Lobisomem e outras criaturas. Dali saíram personagens como Blade, Werewolf by Night (que também pode ganhar logo uma versão cinematográfica) e, finalmente, o Homem-Coisa.
A história do Homem-Coisa narra a triste trajetória do cientista Ted Sallis, que é traído pela mulher durante um projeto secreto de recriação do soro do supersoldado que criou o Capitão América. Pressionado, Sallis utiliza uma forma 'envenenada' do soro e acaba se transformando num homem-planta, que reage de maneira incomum aos sentimentos mais fortes do ser humano.
Assim, o Homem-Coisa - que não fala uma palavra - vira uma espécie de guardião das realidades, protegendo o nexo com seu toque mortal. ''Todos aqueles que conhecem o medo queimam ao toque do Homem-Coisa'', pregava o slogan da revista. O personagem, que até chegou a cativar alguns leitores em um ou outra boa história, acabou em segundo plano após o estrondoso sucesso de Monstro do Pântano, bastante semelhante ao Homem-Coisa, mas muito mais complexo e intrigante nas mãos de Alan Moore e Steve Bissete, na concorrente DC Comics.
As filmagens já começaram em Sydney e, de acordo com o roteirista Hans Radionoff, a idéia é fazer mesmo um filme de horror. O diretor será Brett Leonard (O passageiro do futuro) e até agora foram confirmados Jack Thompson (Guerra nas Estrelas: Ataque dos Clones), e atores desconhecidos como Matthew Le Nevez, Rachel Taylor, Alex O'Lachlan e Imogen Bailey. Mas, se depender do orçamento, no ano que vem a Marvel deve relançar o gênero de filmes B de sci-fi de horror: Homem-Coisa deve consumir 5 milhões de dólares, enquanto Homem-Aranha tem 200 milhões de dólares.
Música+Quadrinhos: Ramones+Homem-Coisa