O homem tem cultuado muito mais os aspectos grosseiros da vida do que as belezas que se descortinam ao seu redor.
O belo não se manifesta apenas nas coisas da natureza mas também nas criações humanas, mesmo aquelas de aparência rude mas que a genialidade produz para serventia das sociedades e para a sustentabilidade do meio.
As críticas são necessárias para a correção de comportamentos, mas não podemos viver em constante estado de condenação a tudo que ocorre de indesejável, ou acabaremos por envenenar nossas vidas e perder o senso do equilíbrio e assim não encontrar as fórmulas de eliminar os males ou ao menos atenuá-los.
Se as atrocidades causam horror, são muitos os que apreciam assistir ao noticiário sobre elas, mostrado principalmente pela mídia eletrônica – muito poderosa pela força da palavra e o movimento da imagem. Assim, engordam as audiências e mais estimulam o processo.
E tão ruim quanto a ação dos agentes do mal é o proveito que dela tiram certos comunicadores ao acrescentar a opinião raivosa e o requinte do espetáculo às tragédias e às iniqüidades humanas.
Nem tudo no mundo é corrupção, violência e exploração entre os homens. Na verdade, os descompassos sociais são infinitamente menores do que as atitudes e os eventos virtuosos representados pelo progresso silencioso das relações, da filosofia, das artes e das descobertas científicas e pela expansão da espiritualidade.
Então, é necessário abrir olhos, mentes e corações para esta realidade e não ater-se com tanta fixação aos aspectos sombrios da existência.
Se damos mais validade às virtudes humanas e aos maravilhosos feitos do homem, mais os robustecemos, pela vigorosa onda positiva que se forma e se propaga. O aperfeiçoamento da humanidade ocorre por caminhos como esse.
Radiosos panoramas nos cercam, mas por dormência temos desejado dar muita atenção às coisas densas e opacas. Devemos saber que a corrente vibratória dos nossos pontos focais e dos sentimentos tem poderosa força.