Na ceia que antecedeu sua morte Jesus disse aos apóstolos que tinha muito ainda por esclarecer, embora soubesse que eles não iriam entende-lo, como até então só haviam entendido muito pouco de sua ministração. ``Não temais, porque irei guiá-los para toda a verdade ao passardes pelas muitas moradas´´ - afiançou-lhes.
Demonstrava aí que havia um caminho evolucionário a ser seguido, por eles e por todos nós, aqui e depois desta vida. Falou de possessões mas nunca de inferno, porque inexistente. Deixou claro que a nossa transcendência para outro plano ``não é um descanso e sim uma progressão incessante´´.
Nos momentos que precederam a sua prisão, e já ciente de que a hora havia chegado, Jesus não desejou valer-se dos seus poderes em benefício pessoal ou para defender-se dos inimigos, que eram poderosos. Nesse momento crucial, hostes celestiais estavam ali presentes, sob o comando de Gabriel, mas haviam sido prevenidas a não intervir, a menos que para isso Jesus lhes desse ordem. Mas tal não aconteceu.
Revelava-se aí o aspecto divino e a submissão do Mestre, mas a tristeza que também o acometia revelava sua condição carnal. A dor era não pela prisão e a morte iminente, mas por deixar seus amados apóstolos, pelo episódio de Judas e pela incompreensão da família, que praticamente o abandonou quando ele deixara o lar.
Ao entregar-se à vida terrena Jesus queria experienciar a vivência humana, pregar o Reino e assim concluir a graduação que lhe faltava para a missão que teria, na continuidade, em seu universo regional de origem. Sua morte violenta não significou salvação para ninguém, apesar da crença equivocada que se disseminou.
Jesus não viera salvar, mas, pelas palavras e exemplos, indicar o caminho da salvação, demonstrando que o que salva é a consciência da filiação ao Pai e a vivência dessa condição, a fé genuina e inquebrantável e o mais elevado grau de amor fraternal.