Caminhos de ascensão

PELA MELHORIA DOS ADULTOS

29 mai 2013 às 19:47
Para produzir jovens de qualidade, nós, adultos, temos de passar primeiro por um processo de purificação. Não podemos lhes ditar normas de conduta e evitar que muitos deles caiam na delinquência se nós, pais, professores, líderes religiosos e governantes não dermos o exemplo. Porque somos nós que, pelos hábitos, comportamentos e conversas nos círculos familiares e sociais, lhes repassamos ideias de mais valia representadas pela competição, no lugar de mais compartilhamento e solidariedade.
Ressalvadas as exceções, os tons da doutrinação são de que o maior vence o menor e que o mais esperto triunfa sobre o mais cordato. Assim é, mas que não se deixe para trás os demais. Fica implícito, pelo que os mais velhos dizem (e os jovens ouvem), que esta vida é de sobrevivência e não de harmoniosa convivência. Muitos dirão: "Comigo não é assim". A estes, parabéns!
É frequente ouvir-se o discurso dos pais para com o filho de que ele precisa lutar para "ser alguém na vida", e esse padrão significa uma rendosa profissão, dinheiro, poder, status social. Objetivos naturais, mas outras virtudes, também desejáveis, não são muito exaltadas. Impera uma forte pregação do amor às posses, e nessa batalha muitos outros são atropelados pela concorrência predadora. A conquista só é válida quando sadia, pela busca de cada qual fazer o melhor, para o bem comum. Pouco se ensina que os direitos dos outros e seus anseios devem ser respeitados.
Ensinar algum cultivo de espiritualidade, que carrega em si uma infinidade de virtudes (não confundir espiritualidade com as denominadas obrigações eclesiais) é algo pouco comum. Cuida-se de cultivar a nutrição física e a satisfação dos desejos corporais, o que é salutar, mas não de nutrir também a alma, que assim desprezada se atrofia. Então grandes vazios interiores se abrem e ali se alojam as angústias, tão frequentes em nossos dias. Nesse clima fica difícil aos jovens não seguirem pelos mesmos caminhos.

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