Os maias nunca disseram que o mundo ia acabar em 2012, mas que haveria uma sincronização galactica, com reflexos na Terra, transtornos e transformações. Isto já está acontecendo. Mas muitos acreditam que o mundo vai mesmo acabar.
Então, por via das dúvidas e até por experimento, vamos - como outra vez já escrevi - abandonar ganâncias e mesquinharias, pois elas têm sido entraves em nossas vidas. Com elas, varrer também os egos inferiores, a competição e a maledicência.
Não sabemos se no lugar onde o destino nos levará existem flores e estrelas visíveis, então é bom aproveitar o tempo que nos resta e observar agora como elas nos sorriem. E atentar que à noite, depois de nos servir, o sol se põe em repouso e a lua chega para montar guarda e manter iluminados os nossos sonhos. Ver que nas manhãs há gotas de orvalho na relva do nosso jardim, qual diamantes encravados, e que logo eles se contraem para não ofuscar o brilho do astro-rei.
Não esqueçamos das promessas feitas e ainda não cumpridas. E tratemos de perdoar aqueles que nos molestaram, porque mesmo que isto nos custe, será um bom exercício de experimentação e um ato sacrificial de grande valia.
Já é meio tarde para mudanças radicais, mas ainda há tempo. Vamos ouvir o murmúrio das águas, pois não sabemos se há riachos no lugar onde iremos pousar. Olhar as cores de todas as coisas e assim descobrir que o mundo é povoado de belezas que pouco havíamos notado, pois temos voltado os olhos mais para as coisas ruins.
Vamos nos mirar nas pessoas retas e puras, pois com certeza iremos precisar de virtudes idênticas em nós, na nossa próxima parada. E aprender, nestes meses que nos restam, a partilhar as coisas e eliminar tudo o que temos de pior, pois quem sabe no lugar para onde vamos isto seja prática comum e iremos chegar despreparados. Não podemos adentrar o lado de lá impregnados de vícios.
E se, depois de tudo, o mundo não acabar, nós o teremos deixado tão lindo e maravilhoso e tão bom de se viver que não iremos querer que volte ao que era.