A religião genuína é aquela que tem o sentido da religação com nossa origem primeira, o Criador, e isto não abrange necessáriamente a igreja que a tutela, porque esta é falível. É a religião assim sublimada que tem guiado o homem pela senda que o conduz à casa celestial paterna.

Uma religião pode existir sem uma corporação organizada que congregue seus membros. No mais dos casos as igrejas buscam moldá-los, segundo fundamentos preestabelecidos, e isto pode desvirtuar o sentido elevado de uma religião. Verdade que também pode aperfeiçoá-la.

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Um estado perene de comunhão com Deus nutrida pelo fogo ardente da fé - esta a definição de uma verdadeira religião. Isto não invalida a reunião nos templos, mas tal pode se dar também ao ar livre. A prece, quando com uma mesma intenção, robustece seu poder se feita em grupo e ao mesmo tempo.

Muitas pessoas já abrigam naturalmente a religião, traduzida pela conexão com Deus; em outras ela veio sendo cultivada; e existem as pessoas que professam a comunhão entre si, pelo altruísmo, pela fraternidade, pela convivência harmoniosa, mas não cultuam um ser divino superior. Entre elas situam-se os que não acreditam na existência de Deus e nem em continuidade da vida depois da morte. Essas doutrinas filosóficas - uma forma de religião política - são virtudes do materialismo bem intencionado mas não reconhecem uma paternidade divina.

O religioso genuíno geralmente possui todas as virtudes citadas, mas aquele que as têm sem Deus e não acredita na eternidade, viceja no vazio onde predominam a inexistência da fé e a obscuridade espiritual.

Cada qual com suas crenças e com o direito de negar a filiação ao Pai Universal e de rebelar-se contra o Poder Supremo (se cônscio da existência dele). Mas em tais casos, depois de todas as oportunidades dadas, a chama que mantém a essência vital do indivíduo vai se apagando, e se não houver conversão ela se extinguirá.