Caminhos de ascensão

FALAS E SENTIMENTOS

02 mai 2010 às 18:25

Os vícios humanos não são apenas os da bebida, das drogas, da jogatina e das muitas compulsões nocivas para isto e aquilo, mas também os da maledicência e da obcecada predileção por falar da criminalidade e dos males do país e do mundo.

São muitos os que recheiam as rodas de conversa com assuntos ligados à violência, marcadamente os casos mais fascinantes divulgados pelo noticiário.

Essa temática consome "tempo integral e dedicação exclusiva" de muita gente, inclusive no ambiente familiar, envolvendo filhos, pais, avós, amigos.


E o pior é que alguns acabam por decretar sentenças e chegam a extremos, como fórmulas de tortura e a pena de morte. E no mais dos casos fazem isso com pesada carga de indignação. Com isso também se contagiam.


Outro ingrediente, sobretudo das pessoas idosas, é falar insistentemente de doenças.

As questões da insegurança têm a ver com a realidade que se vive, em todos os pontos do mundo, e as doenças afetam diretamente o corpo e doem na carne, mas quanto mais se toca numa coisa mais ela se robustece.


Devemos saber que, no momento em que alguém lê este texto, uma em dez pessoas está cometendo alguma atrocidade mas as outras nove estão produzindo algo bom, fazendo uma descoberta útil à humanidade, semeando o campo ou colhendo, edificando uma obra, fabricando um produto de uso e consumo ou difundindo boas palavras.

Arrisco declarar que, se por uma semana, ninguém no mundo falasse de coisas ruins, elas diminuiriam de intensidade nesse período.


A avalanche de notícias más envenena a atmosfera e atrai mais eventos do gênero. Porque o inconsciente coletivo é um poder forte e com grande força propagadora.


Quanto mais se fala de uma coisa, mais ela tende a se repetir, porque o poder da mente é avassalador. Tanto para o mal quanto para o bem. Funciona como uma corrente de incitação.

Falas e sentimentos voltados para as maldades criam um campo vibratório trevoso, envolvendo a todos, como se estivéssemos em meio a uma nuvem de gás venenoso.

Não podemos ficar indiferentes ao que ocorre, mas sem emanações de ódio e sem o envenenamento da alma, ou então ficamos tão cruéis quanto os bandidos. Melhor é apresentar (e executar) propostas civilizadas de solução.
walmormacarini@hotmail.com


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