Caminhos de ascensão

BUSCAR ENTENDER

19 fev 2010 às 21:34

Muitos se manifestam contra a lei de causa e consequência quando tem a ver com o princípio da reencarnação, da transmigração dos seres entre as ''muitas moradas da casa do Pai'' e da intercomunicação com os coirmãos que se foram. São contrários à reencarnação mas não conseguem explicar porque muitas crianças nascem em berço de ouro, são bem nutridas e sadias, e outras nascem pobres e estigmatizadas desde o ventre materno e crescem passando por privações durante toda uma vida. Tambem não explicam porque outras vem ao mundo cegas, surdas ou mudas, outras ainda com todas essas deficiências reunidas e eventualmente até com deformações.

Melhor será acreditar que há uma opção de cada um antes de aqui aportar, tomada para abreviar etapas em face de episódios de que foram agentes em outras existências. E se crianças nascem no seio de casais desregrados, sofrendo por isso até consequências de malformações, é porque ali era o ponto adequado. O esquecimento desses propósitos preestabelecidos é para que se opere o mérito da missão terrena. Tudo acontece pela vontade individual, e Deus atende a essa decisão. Isto tem a ver tambem com mortes prematuras, sendo comum ouvir-se que às vezes ''Deus leva'' pessoas jovens e inocentes e deixa viverem longamente os malfeitores. Há uma razão para isso, que a lei do carma explica. Não há aí ''descuidos'' de Deus. Sua vontade é que se realize a vontade dos homens, pela prevalência do livre arbítrio.


Não foi a ciência espírita que inventou a reencarnação e a comunicação com os que transcenderam a condição carnal, mas foi a existência desses fenômenos que gerou tais estudos. Comprovações se somam aos milhares e se manifestam desde milênios em todos os pontos do mundo e em todas as civilizações. Muitos podem não crer nisto mas a descrença não altera a realidade. Ninguem será melhor nem pior crendo ou descrendo, mas muitas tribulações seriam compreendidas ou evitadas se houvesse conscientização acerca de tais fatos. O alcance desse entendimento evitaria tantos crimes passionais, tanta briga entre irmãos, filhos e pais e tanta dissidência entre pessoas e nações.


E se muitos imaginam que Deus está ausente, diante dos sofrimentos humanos, deviam saber que o homem é que conduz seus próprios passos e é livre para fazer tudo o que deseja. Deus lhe concede todas as ferramentas, e o homem as utiliza para a construção ou para a destruição, ou não as utiliza para nada. A ingerência superior se opera pela disseminação da luz, ativando a intuição e fazendo ver à humanidade o que faz em próprio prejuizo, mas não age sobre a livre decisão humana. Porque isto seria contrariar a lei. Se cada indivíduo, antes de pousar na paragem terrena, tinha um projeto, às vezes não o segue, derivando para estradas tortuosas e assim retarda seu caminho de ascensão.


Tem então de retornar para uma nova caminhada, não propriamente porque seja forçado a isto mas porque é a opção que tem para evoluir. Dessa forma converte-se em repetente, e pode ocorrer de fazer isto muitas vezes. Porque se é aqui que gerou seus débitos, é aqui que terá de fazer os resgates. O fato de apagar-se de sua memória o que planejara antes de aqui chegar, é para que tudo o que faça seja pela consciência, pela livre impulsão, pelo amor. Fazer algo pela lembrança de um compromisso previamente assumido tira o mérito das ações. Sofrimentos terrenos não são necessários, mas se eles ocorrem, deles deve-se tirar proveito, para evolução.


Não é verdade que sofrer nos leva mais facilmente ao paraíso, mas se há compreensão acerca das razões porque sofremos, e se perdoarmos aqueles que eventualmente nos magoam ou nos torturam, então sim sentiremos o bafejar do vento favorável que nos impulsiona para o alto, e assim faremos grandes avanços. A pobreza não é uma vontade de Deus, e a própria riqueza pode ser um mecanismo de aprendizado, porque não é facil administrá-la e passar por ela ser gerar sequelas e eventualmente novos carmas. Há mais compromisso na riqueza do que na pobreza. Ser pobre e lamuriar-se por isto, sem esforço para mudar essa condição e imaginando que tal ocorre porque ''Deus quis assim'', é a pior das misérias, e um delito. Como é delituosa a mesquinhez do rico e a má aplicação que eventualmente faça do dinheiro, que deve ter a função de servir a muitos.

Retornando ao início deste artigo, devemos saber que nossas vindas e idas, pela transcendência física, e de novo o retorno a este plano terreno e mais uma vez a subida - e assim sucessivamente até quando necessário - são oportunidades que a misericórdia divina nos oferece, para assim nos elevarmos pela própria impulsão da vontade. Se estamos conscientes disso, gratos e sintonizados, elevando nossos pensamentos e evitando mergulhar nas baixas frequências, nossos irmãos das elevadas esferas nos estenderão a mão. Se não desejamos essa ajuda ou nem acreditamos nela, eles não interferirão em nossa livre decisão. Até que tudo ocorra normalmente.


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