A riqueza pode ser uma forma de nos tornarmos mais úteis, não significando que fora dessa condição não tenhamos utilidade. Ser rico também pode ser um fardo, porque implica em mais responsabilidade.
Não é um mal ganhar dinheiro, mas devemos saber que, se ele existe para nos dar satisfação pessoal, tem também uma função de mais alcance, que é servir ao maior número possível de pessoas. A riqueza que semeia riqueza, beneficiando a muitos, tem mais aprovação divina do que a pobreza mantida pela indolência.
Se repudiamos a riqueza nos outros, mais a afastamos de nós, porque ela se identifica com aqueles que a saúdam. A prosperidade é um saudável bem da vida, bastando que resulte do trabalho honesto e competente, sem prejuízo daqueles que contribuem para robustece-la. E que não seja avarento quem a conquista.
Quanto mais ganho houver e quanto mais ele for sabiamente distribuído, pela forma de salários justos e dividendos, tanto mais deve ser louvado. Deus certamente se compraz disso.
Se eu não tenho a ousadia de implantar um negócio - algo que exige coragem e espírito empreendedor e é sujeito a grandes riscos - mas vou apenas até o limite de ser um colaborador, preciso saber que também posso me expandir mas que minha função é igualmente importante e que devo fazer com alegria e responsabilidade tudo o que faço.
A revista VEJA da semana passada revela que, a cada dia - nestes tempos que vivemos - 19 brasileiros tornam-se milionários, pelo cálculo em dólar. E, segundo a reportagem, eles trabalham muito e com honestidade.
A maioria declara espelhar-se no bilionário Eike Batista, empresário carioca de 55 anos, que tem negócios de mineração, petróleo e setores de entretenimento e com patrimônio de 30 bilhões de dólares. Ele também é citado como homem sério e trabalhador incansável, que não esconde sua riqueza e deseja que outros se enriqueçam também, como se lê em sua autobiografia ``O X da Questão´´. Ao difundir sua riqueza, obtida sem falcatruas, ele estimula outros empreendedores de boa fé. Ricos que semeiam riqueza são indispensáveis.