Cada qual tem o direito de crer em Deus ou não e de ser favorável ao aborto, mas neste Brasil qualificado de pátria do Evangelho e país mais místico do mundo não será necessário um referendo popular para saber-se que a maioria quase total não vê com boa fé quem não acredita numa inteligência celestial suprema regendo todas as coisas.
É no mínimo uma visão curta assistir a tudo que nos rodeia, na Terra e nos Céus, e não imaginar que isto tenha um criador e regente.
Com relação ao aborto, há uma razão superior a considerar além da eliminação de um ser carnal. É – como enfoquei em artigo anterior – o impedimento da encarnação de uma alma, que é preexistente ao corpo.
Ora, um corpo vazio não teria razão de ser, porque nem poderia existir sem o sopro divino que o sustém, e este se manifesta na alma. Esta é questão relevante mas dela poucos se ocupam, e nem as religiões, a não ser algumas doutrinas minoritárias.
Mães que praticam o aborto apenas por opção egoísta (a rejeição ao filho) têm direitos sobre o próprio corpo mas consideram só o indivíduo carnal em formação e não o ser/essência que Deus ali instala simultaneamente.
Assim, aniquilam o corpo (o envoltório) e expulsam a alma. Ignoram também que antes de aqui aportarem (eis que também preexistiam) elas se disponibilizaram a gerar. Há aí implícito um conflito entre o seu livre-arbítrio terreno posterior e o que haviam decidido antes.
Corpo e alma se necessitam mas é na alma que está a vida – centelha de Deus.
(Não somos daqui e nem de agora, e o esquecimento dos acordos anteriores é para que se opere o mérito dos nossos sacrifícios, doações e sofrimentos).
Aborto e crença em Deus não são excludentes numa campanha eleitoral, porque têm a ver com nossa formação cristã e com nossos valores maiores, que são os espirituais.
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