O setor de leilão imobiliário não sentiu o impacto causado pela pandemia de coronavírus. De acordo com dados da Kronberg Leilões, o primeiro semestre de 2020 registrou um aumento de 130% na venda online. O resultado representa um crescimento de 89% em relação ao mesmo período do ano passado no Paraná. Já a oferta de novos imóveis para venda cresceu 275%. Somente na Kronberg Leilões, o número de casas, apartamento e terrenos recuperados e colocados à venda pelas instituições financeiras cresceu 68%, entre março (início da quarentena) e setembro.
Na análise do leiloeiro Helcio Kronberg, os imóveis têm se mostrado um ativo rentável para investidores. "No atual momento os imóveis podem render mais do que dinheiro aplicado no banco. O investimento é estratégico, já que o bem se valoriza e o investidor não sofre perdas, como na Bolsa de Valores. Além disso, nesse momento o aluguel tem tido maior rentabilidade do que a renda fixa", explica.
De acordo com Kronberg, a modalidade oferece preços que chegam a ficar 60% abaixo do valor de mercado, além da comodidade nas buscas e negociações e da possibilidade de parcelamento. "Quem comprar agora poderá desembolsar bem menos do que em tempos normais e provavelmente terá uma revenda mais lucrativa no futuro. O consumidor que não perdeu o emprego e teve sua renda mantida sente-se mais confortável para a compra. Já aquele que precisa vender o bem também enxerga uma boa oportunidade para fazer dinheiro rápido por meio dos leilões online", explica.
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Inadimplência
Segundo Kronberg, a tendência é de que mais imóveis vão a leilão, não apenas para oportunidades de investimento, mas por inadimplência. "O crescimento dos leilões de alienação fiduciária, aqueles leilões extrajudiciais promovidos pelas instituições financeiras bancárias e não bancárias, reflete de fato o aumento da inadimplência, sendo certo que os leilões só ocorrem após três meses de configurada a falta do pagamento. Por esse motivo agosto de 2020 teve incremento significativo. Com a crise, a inadimplência tende a subir ainda mais”, analisa Kronberg.
Ainda segundo Kronberg, os leilões judiciais tiveram um aumento significativo pois o poder judiciário trabalhou na modalidade home office. "Com redução das audiências, que tomava muito tempo dos magistrados, percebemos uma alta produção dos juízes da Justiça Estadual, Federal e do Trabalho”, diz.