O potencial de tintas naturais, desenvolvidas com base em receitas tradicionais e no conhecimento e tecnologias mais recentes, foi tema da pesquisa de Fernanda Cardoso, mestranda em Engenharia de Construção Civil da UFPR. A aluna, que também é arquiteta e urbanista, constatou que as tintas naturais permitem a cobertura de superfícies internas e externas, com cores representativas dos recursos naturais regionais, a custos muitos baixos (inferior a R$ 2/litro), e com impactos ambientais mínimos.
O resultado imediato do estudo desenvolvido por Fernanda foi um painel decorativo, produzido na sala PD0, no Centro Politécnico, em homenagem ao designer brasileiro Sérgio Rodrigues (1928-2014), internacionalmente conhecido por sua "poltrona mole". Paralelamente à produção da obra, a mestranda, orientada pelo professor de Arquitetura e Urbanismo, Aloísio Leoni Schmid, ministrou oficinas sobre tintas naturais e apresentou combinações de pesquisadores alemães, assim como referências próprias de tintas, que foi conhecer em comunidades dispersas no interior dos estados do Sudeste e Nordeste do Brasil.
A médio prazo, explica o docente Aloísio Schmid, espera-se que os arquitetos e urbanistas egressos da UFPR divulguem entre a população técnicas para trazer cores para suas casas, e para a cidade, a partir de materiais simples como terra, água e cola branca.
Fernanda Cardoso foi motivada a pesquisar a temática após conhecer a tese de doutorado do professor Sérgio Fernando Tavares, também do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Construção Civil. O docente concluiu em seu trabalho que as tintas naturais constituem o item de maior consumo de energia na construção de uma casa, em condições tipicamente brasileiras, se considerada a reposição a cada 5 anos, num horizonte de 50 anos.