Transformar containers em espaços versáteis e ecologicamente corretos. Este é o objetivo do projeto "Container Habitat", que a arquiteta Lívia Ferraro, com colaboração de Clarissa Zomer, apresenta na mostra Casa Nova 2009, que acontece em Florianópolis, no Beira Mar Shopping, até o dia 26 de julho.
A Casa Container é um projeto de moradia sustentável que inclui geração de energia solar, sistemas de tratamento de esgoto e captação de águas pluviais. A decoração usa materiais recicláveis e naturais, como o piso em bambu laminado, pneu reciclado e laje jardim.
Sala da Casa Container - sofá pode virar cama
"As vertiginosas mudanças econômicas, sociais e culturais de hoje solicitam novas alternativas de planejamento espacial fundamentadas em conceitos como a mobilidade, a flexibilidade, a mutabilidade, a instantaneidade, a efemeridade e a reciclagem", explica Lívia Ferraro.
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Na mostra Casa Nova 2009, as arquitetas lançam a Ferraro Container Habitat, empresa dedicada a projetos versáteis baseados no reaproveitamento de containers e em soluções sustentáveis de obtenção de energia, reparoveitamento e tratamento de água, além da reciclagem de materiais.
Energia solar é alternativa sustentável e economicamente viável
Os espaços versáteis criados por Lívia Ferraro contam com a geração de energia solar fotovoltaica, para suprir a demanda de eletricidade da casa container.
Aquecimento solar no projeto da casa sustentável
Para gerar energia elétrica por meio da luz solar, foram utilizados 20 módulos fotovoltaicos da EPVSolar de 40Wp de potência, totalizando 800 Wp de potência instalada. Os módulos foram apoiados em estruturas de madeira, em quatro fileiras, com inclinação de 5°. Esta inclinação é variável, adaptando-se a inclinação ótima (igual à latitude local) para cada região. De acordo com Clarissa Zomer, com 800 Wp instalados, o sistema fotovoltaico é capaz de gerar, na cidade de Florianópolis, em média 83 kWh por mês, chegando até 115 kWh/mês em novembro. A geração anual seria de 1 MWh/ano.
Com o sistema fotovoltaico instalado na cobertura, a eletricidade seria suficiente para suprir 83% de sua energia anual, sendo superior ao seu consumo nos meses de verão. Como o sistema foi projetado para estar conectado à rede elétrica pública, quando houver excedente de energia, a mesma é injetada na rede e quando a energia fotogerada for inferior ao consumo, a edificação puxará energia da rede. O sistema conectado à rede é mais ecológico do ponto de vista ambiental do que um sistema autônomo tanto por não utilizar baterias (compostas por materiais tóxicos), quanto por não necessitar ser superdimensionado a ponto de atender os meses com menores níveis de irradiação solar.
Área externa da casa
"Cada vez mais conscientes ecologicamente, os usuários buscam por alternativas que geram menos ou nenhum impacto ambiental. No caso da
energia solar, a tecnologia solar térmica, utilizada para aquecimento de água, já está bastante difundida. Já a tecnologia fotovoltaica, utilizada para geração de energia, é novidade para muitos e necessita de maior divulgação e custos mais atraentes.", explica Clarissa Zomer.
Para tornar o projeto viável, as arquitetas receberam o apoio da Energia Z, divisão do Grupo Zeppini, dedicada a soluções de energia solar e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do professor Ricado Rüther, do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE).