Estima-se que dentro de poucos anos a casa de uma família terá mais de 100 dispositivos conectados e conversando entre si. Se o seu aspirador de pó estiver batendo no pé do sofá, por exemplo, pode ser que o sofá te envie uma mensagem dizendo que você precisa colocá-lo um pouco mais para trás para evitar isso. Ou se a lâmpada da sala notar que o tipo de piso não favorece a iluminação, poderia te sugerir trocá-lo por outro que trouxesse mais claridade para a casa.
Esses dispositivos – ou "coisas" - não só terão a capacidade de te enviar avisos, como também serão inteligentes a ponto de conhecer o comportamento dos moradores da casa melhor do que eles próprios, graças a tecnologias como machine learning e redes neurais.
Sabendo que você é uma pessoa muito ocupada (ou talvez muito distraída) e costuma pagar contas com atraso, a sua casa poderia, por exemplo, fazer o pagamento de um prestador de serviços por você. A própria casa poderia checar se a tarefa foi executada corretamente e enviar o pagamento diretamente para a conta do prestador.
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No Brasil, pode ser que a conexão entre as "coisas" demore um pouco mais a acontecer, assim como tem ocorrido com os wearables, em parte devido à crise econômica, mas também por outros fatores. Falta ainda fazer as pessoas enxergarem as "coisas" e os wearables como parte de sua vida cotidiana, ao invés de itens supérfluos.
Uma pulseira inteligente, por exemplo, não é só um acessório para enfeitar o pulso, agrega outras funcionalidades que podem fazer dela um utilitário. Algumas dessas funções são muito importantes como, por exemplo, guardar um histórico de saúde do dono do dispositivo. Essa pulseira pode se integrar às "coisas" da casa do seu usuário de forma a monitorar a saúde e o bem-estar dele e, ainda, comunicar parentes e amigos caso alguma atividade incomum, que indique deterioração do seu estado de saúde, seja detectada. Outra tendência tecnológica é fazer com que ela seja usada como carteira, identidade ou crachá, e dessa forma, tornar-se um meio seguro e rápido para identificação ou pagamentos móveis.
É claro que ao falar sobre uma rede social das coisas, o investimento em tecnologia está implícito. Não existe uma maneira de trabalhar com Internet of Things (IoT) sem considerar a segurança como uma parte essencial disso. A inovação traz novos resultados, faz com que a empresa aumente lucros e otimize recursos. Por outro lado, é preciso se programar para evitar atualizações urgentes de segurança, principalmente contra invasões de hackers que comprometam a segurança de seus dados e dos clientes. De um modo direto: a inovação te traz dinheiro, a segurança tira.
Se o surgimento de uma rede social das coisas está mais perto do que imaginamos – no Venturus, por exemplo, já temos um projeto para mostrar, na prática, como funcionaria uma Casa do Futuro – a preocupação com a segurança deve estar imbuída em todas as fases do projeto. Fechamos as portas e janelas da casa ao irmos dormir, usamos cadeados e grades para nos proteger de ladrões e invasores. A segurança dos equipamentos conectados da casa deverá ser pensada pelas empresas com um nível semelhante de cuidado. Extrapolando os limites da casa, a rede social das coisas também chegará a outros ambientes, como as fábricas por exemplo. Conceitos inovadores como a Industrial Internet of Things (IIoT) já começam a pautar o planejamento de investimentos de empresas altamente tecnológicas, mais isso já é assunto para outro artigo.
* Por Marcelo Abreu, diretor de novos negócios do Venturus