Se com a chegada da primavera as flores não se abrirem, uma solução para quem quer ter a casa enfeitada o ano inteiro é adotar as chamadas plantas permanentes. Confeccionadas em seda e matérias-primas artificiais e em grande variedade de arranjos e espécies, esses produtos cada vez mais se assemelham aos originais oferecidos pela natureza.
Importadas da China, as flores e plantas disponibilizadas hoje revelam características bem distantes daquelas estigmatizadas exclusivamente para vasos de cemitério.
A decoradora Verônica Natsue Watanuki revela que a facilidade na manutenção, a praticidade e a durabilidade são fatores que despertam a atenção de seus clientes na hora de decorar ambientes. ‘Hoje, o casal trabalha fora e não tem tempo para se dedicar às plantas naturais, pois os cuidados ultrapassam o simples ato de aguar – é preciso podar, adubar, verificar o pH da terra e, em alguns casos, chamar um especialista’, diz.
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De acordo com Verônica, outro ponto positivo para as espécies permanentes está na flexibilidade quanto à iluminação solar e tipos de vasos e cachepôs – como os de madeira, que não resistiriam à água essencial nas plantas naturais. ‘Entretanto, ainda há preconceito pelo fato de serem consideradas ‘kitsch’, inclusive por profissionais da minha área. Atuo há seis anos com esse tipo de produto e todos os meus clientes possuem casas e consultórios decorados com folhagens artificiais. Alguns modelos são tão perfeitos que é preciso chegar bem perto e, às vezes, tocar para saber se é natural ou não’, revela a decoradora.
Para a manutenção, um pano úmido é suficiente para a limpeza. ‘Apesar de se manterem sempre perfeitas, de tempos em tempos os clientes gostam de fazer a troca pela planta que está na moda. Atualmente as mais procuradas são o bambu mossô, a acácia e a dracena’, diz Verônica.
Siliconadas são mais perfeitas
A falta de tempo que acompanha a rotina das famílias contemporâneas é um dos motivos que leva à substituição das espécies produzidas na natureza pelas confeccionadas artificialmente.
‘Se o casal trabalha fora o dia inteiro, os ambientes ficam fechados, o que impossibilita a sobrevivência de plantas, flores e arranjos naturais. Caso a família viaje, também é necessário que alguém cuide das plantas durante a ausência. As permanentes dispensam esse tipo de preocupação’, lembra a proprietária da Art-Flores, Margareth Wilens.
Entre seus clientes, ela destaca arquitetos e decoradores que realizam projetos para condomínios verticais e horizontais, hotéis, clínicas e igrejas evangélicas. ‘Nesses projetos, cerca de 80% das plantas naturais são trocadas pelas artificiais. Elas são tão perfeitas que até utilizamos, por exemplo, o tronco do bambu mossô natural – depois que seca – para afixar manualmente galhos artificiais e folhas de seda’, explica.
De acordo com Margareth, as flores siliconadas – que reproduzem com alta fidelidade a textura das pétalas naturais – atingem um valor três vezes superior que a maioria dos modelos feitos com seda. ‘Os importadores brasileiros pedem para que a gente envie fotos de algumas espécies naturais ou até amostras das mesmas para enviar à China. Desse modo, os fabricantes aprimoram a qualidade dos produtos’, diz.
Em sua loja, as flores variam de R$ 3,00 a R$ 35,00 a unidade, enquanto as folhagens custam de R$ 80,00 a R$ 300,00 cada. ‘Também produzimos cachepôs e vasos personalizados, de acordo com a vontade do cliente e/ou do espaço que ele dispõe’, observa.