Incêndios em imóveis causados por falta de manutenção ou descuido são ocorrências comuns atendidas pelo Corpo de Bombeiros. Em 2007, o 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Londrina (PR) registrou 244 ocorrências; em 2008 foram 266 e só este ano já foram 90 incêndios em edificações.
O porta-voz do 3º GB, tenente Ricardo Nakamura, explica que os registros não trazem detalhes das ocorrências, mas afirma que 80% dos casos estão relacionados a brincadeiras de crianças com fogo ou problemas com a fiação elétrica. ‘Geralmente são situações fáceis de evitar, como instalações elétricas antigas que poderiam ser trocadas, cuidar para evitar vazamento de gás ou prestar atenção com a panela no fogo’, explica.
Nos meses de frio é preciso atenção redobrada, por causa dos aquecedores de ambiente e chuveiros de maior potência. O engenheiro eletricista José Roberto Lopes, supervisor do setor de segurança da Copel, enfatiza que quando a instalação elétrica não suporta a carga, pode acontecer aquecimento da fiação e das conexões, curto-circuito e um princípio de incêndio.
‘É importante saber que as instalações elétricas apresentam alguns sinais quando não estão adequadas, como o aquecimento da fiação, tomadas, pinos e conexões; depois o cheiro característico de plástico queimando. Ao perceber quaisquer destes sinais, os equipamentos devem ser desligados e a instalação verificada por um eletricista de confiança’, explica Lopes.
O perito do Instituto de Criminalística de Londrina, Luis Noboru, explica que a inspeção na maioria das residências incendiadas revelam incêndios ocasionados pela falta de manutenção na instalação elétrica. ‘No inverno muitas pessoas chamam um eletricista para verificar a instalação da casa, mas quando só é feita a troca do disjuntor (dispositivo que permite proteger uma determinada instalação elétrica com sobre-intensidades) e a fiação continua com problemas, é comum acontecer o incêndio.’