Já passava das 22h desta quinta-feira (8) e Reginaldo Aparecido dos Santos, 42, conhecido como Javali, ainda não havia sido liberado da PEL (Penitenciária Estadual de Londrina) II. Ele foi o primeiro a ser apontado como suspeito das mortes de Marley Gomes de Almeida, 53, e da neta dela, Ana Carolina Almeida Anacleto, 11, em Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina). Elas foram encontradas sem vida no dia 22 de março e, na casa, havia uma frase escrita em sangue: “Deculpa mae" (sic).
O pedido de revogação da prisão foi protocolado pela PCPR (Polícia Civil do Paraná) ainda pela manhã de quinta, após outra pessoa confessar o crime. Mas o alvará de soltura não havia sido liberado até a manhã desta sexta-feira (9).
Javali foi preso pela PCPR quatro dias depois das mortes após ser espancado pela população de Jataizinho. Ele morava a poucos metros da casa de Marley e precisou passar pelo HU (Hospital Universitário) antes de ser levado à prisão. Era conhecido no Jardim Pombal e fazia pequenos serviços para sobreviver.
Leia mais:

Paraná recebeu 104 mil turistas estrangeiros em abril, aponta Embratur

Prazo de inscrições para o ‘Mais Enem UTFPR’ termina nesta quarta-feira

Cerca de 20 milhões de brasileiros ainda não declararam Imposto de Renda em 2025

Moradores do Lerroville buscam melhorias para o distrito na Prefeitura de Londrina
Desde o início, as investigações foram mantidas em sigilo pelas autoridades. O secretário de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, veio para a região após o crime. No dia 4 de abril, o delegado Vitor Dutra de Oliveira, de Ibiporã (RML) confirmou que três facas e uma bermuda haviam sido apreendidas em endereços próximos da casa de Marley.
A reviravolta ocorreu na quarta-feira (7), quando a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública) divulgou ter elucidado o caso com a prisão de um homem de 24 anos, que teria confessado o crime. “Em seu depoimento revelou detalhes totalmente compatíveis com os laudos periciais”, disse em nota a pasta.
O suspeito, que já havia sido ouvido durante as investigações e negado qualquer envolvimento, estava preso por tráfico de drogas e em “saída temporária” quando avó e neta foram assassinadas. A Polícia Civil está tratando o caso como latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.
O advogado Claudinei Oliveira Cabral, que representa Javali, disse não entender “porque demorou tanto para que eles entendessem que ele era inocente”.
“É um caso muito complexo, a sociedade, com toda razão, se compadeceu e sofreu com a perda de uma avó e de uma neta. Mas nós temos um inocente com a sua liberdade tolhida pelo Estado por mais de um mês. A sociedade deve refletir sobre isso”, disse Cabral, pontuando que a resposta do Estado “foi a prisão de um inocente, de alguém extremamente vulnerável”.
CONTINUE LENDO NA FOLHA DE LONDRINA
