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Profissionais da saúde participam de capacitação em insulinoterapia no Norte Pioneiro

28 nov 2025 às 19:15

Profissionais da saúde participaram, nesta terça-feira (25), de um curso de capacitação em insulinoterapia realizado no campus da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná), em Cornélio Procópio (Norte Pioneiro). O evento foi promovido em alusão ao Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro.


Organizada pela própria universidade, a atividade contou com apoio da 18ª Regional de Saúde, do CISNOP (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte do Paraná) e da Clínica Neurocor. Ao todo, cerca de 200 pessoas participaram, entre profissionais e estudantes da área de Enfermagem.


O Diabetes mellitus configura-se como um problema de saúde pública de magnitude crescente em todo o mundo. No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (2024), a doença atinge 11,1% da população, posicionando o país como o sexto no ranking global em número de casos. Além disso, o diabetes está entre as dez principais causas de mortalidade entre os brasileiros.


A iniciativa surgiu a partir de observações clínicas do endocrinologista durante atendimentos na Atenção Ambulatorial Especializada, que identificaram dúvidas frequentes entre pacientes e profissionais quanto ao manejo da insulinoterapia.


CAPACITAÇÃO: TEORIA E PRÁTICA


O endocrinologista Dr. Rômulo Paris conduziu a palestra de abertura, abordando aspectos conceituais da doença, como fatores de risco, critérios para diagnósticos e tratamento. Foram destacados documentos orientadores fundamentais, como as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde e a Linha Guia de Diabetes.


Já a enfermeira Juliana Mendes, mestranda, detalhou os tipos de insulina, suas características, tempos de ação, indicações e diferenças entre insulinas de ação rápida, curta, intermediária e basal, além de reforçar as normas de transporte e armazenamento.


TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO E APLICAÇÃO


No período da tarde, os participantes tiveram a oportunidade de vivenciar estações práticas dedicadas às técnicas de aplicação de insulina. Sob supervisão, manusearam seringas e canetas de insulina, sanando dúvidas frequentes.


Segundo Juliana Mendes, “momentos de educação continuada como esse são de extrema importância para nossa prática profissional. Fiquei muito grata com o convite e com a oportunidade de participar da organização desse curso”.


A enfermeira Kethelin Aragão complementou: “Reafirmamos que a técnica correta é vital: a aplicação deve ser sempre subcutânea para evitar absorção rápida e hipoglicemia. Recomendamos o uso da agulha de 4 mm, conforme orientação da Sociedade Brasileira de Diabetes, pela maior segurança e eficácia. Também enfatizamos a rotação dos locais de aplicação — braço, abdômen e coxa — para prevenir lipohipertrofia, condição que altera a absorção da insulina e compromete o tratamento. Por fim, alertamos sobre a obrigatoriedade do descarte seguro imediato de agulhas e a importância de homogeneizar insulinas turvas, como a NPH, antes do uso”.


IMPACTOS NA REDE DE SAÚDE


Para o Dr. Rômulo Paris, a iniciativa representou um marco: “Saio deste curso com a certeza de dever cumprido. Conseguimos reunir profissionais engajados da 18ª Regional de Saúde e trazer conceitos vitais sobre o Diabetes Mellitus de forma multidisciplinar. Minha missão foi abrir o evento com um panorama geral e prático, mostrando o real impacto da doença na vida dos pacientes e discutindo as melhores estratégias de diagnóstico e tratamento. O resultado foi uma troca de experiências riquíssima, que certamente refletirá na qualidade do atendimento”.


EDUCAÇÃO CONTINUADA


O Professor Ricardo Castanho Moreira comentou que a edição deste ano focou na insulinoterapia como resposta a uma demanda real do cotidiano assistencial. No entanto, é essencial que ações de educação em saúde ocorram de modo contínuo.


A adoção de hábitos saudáveis — como a prática de atividade física, alimentação balanceada com redução de açúcares e gorduras —, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado desde as fases iniciais da doença são fundamentais para prevenir o agravamento e o surgimento de complicações crônicas, conforme reforça a Sociedade Brasileira de Diabetes.

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