Em clima de contragosto, os vereadores votaram na sessão remota desta terça-feira (26) os dois vetos de Marcelo Belinati (PP) a projetos de lei formulados pela própria Prefeitura. Os textos tratam de doação de terrenos a empresas e haviam sido aprovados em julho pela CML (Câmara Municipal de Londrina).
Um dos vetos acabou derrubado por 10 votos contra o Executivo, sete a favor e duas abstenções. Ele é sobre o PL 267/21, que, na prática, renova a doação de uma área na região norte feita anteriormente para a Churrasqueiras Gaúcha – mas sob novos termos (entre eles, aderir ao Programa Boa Praça como forma de contrapartida). A indústria já está instalada no local.
Já o PL 251/21 teve seu veto mantido, mas com uma margem bastante apertada, pois, caso os nove parlamentares que rejeitaram a posição do prefeito conseguissem um voto a mais, a matéria teria o mesmo resultado da anterior.
Leia mais:
Deputados federais de Londrina não assinam e questionam fim da escala 6x1 para trabalhadores
PEC 6x1 ainda não foi debatida no núcleo do governo, afirma ministro
PEC que propõe fim da escala de trabalho 6x1 alcança número necessário de assinaturas, diz Erika Hilton
Fux manda governo impedir que beneficiários de programas sociais usem recursos em bets
Foram outros seis votos “sim” e uma abstenção, além de três parlamentares não terem participado da deliberação por conta de relações de negócios com a empresa beneficiada – no caso, a Sucos Natú, favorecida com um lote na zona leste.
MP MOTIVOU VETOS
Os vetos de Belinati ocorreram devido a uma recomendação administrativa contrária a esses e outros seis projetos semelhantes (que tiveram tramitação suspensa). O ato foi emitido no início de agosto pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio do promotor Renato de Lima Castro.
Para o titular do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), a Prefeitura deveria utilizar a modalidade de concessão de direito real de uso, e não a doação, para transferir áreas públicas à iniciativa privada, já que a primeira abre espaço para concorrência.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: