Na iminência de o Brasil registrar 100 mil mortes por causa do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (6) que é preciso "tocar a vida" e aconselhou que se busque uma maneira de "se safar" da doença.
A declaração foi feita ao lado do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, em sua live noturna semanal.
"A gente lamenta todas as mortes. Já está chegando ao número de 100 mil, talvez hoje... [Pazuello diz que será ainda nesta semana]. Vamos tocar a vida. Tocar a vida e buscar uma maneira de se safar deste problema", disse o presidente da República.
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Nesta quinta, o Brasil registrou 1.226 novas mortes pela doença, chegando a um total de 98.644 óbitos, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.
Em quase uma hora de transmissão, Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina, medicamento que não tem eficácia cientificamente comprovada para o tratamento da Covid-19. Como já fez outras vezes, o chefe do Executivo tinha uma caixa do remédio sobre a mesa.
O presidente voltou a criticar prefeitos e governadores que assinaram decretos para fechar o comércio em suas localidades como maneira de conter a disseminação do vírus. Bolsonaro os chamou de ditadores e disse que tomaram esse tipo de medida "na mão grande".
Mais cedo, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que está com a consciência tranquila e que fez "o possível e o impossível" para salvar vidas.
"Estamos com a consciência tranquila. Não existia, naquela época, como não existe, uma vacina, não existia medicamento, apenas a promessa, no primeiro momento, da hidroxicloroquina, depois outras coisas apareceram", disse o presidente no Palácio do Planalto, no ato fechado à imprensa, mas transmitida pela TV pública.
"Junto com os meios que nós temos, temos como realmente dizer que fizemos o possível e o impossível para salvar vidas ao contrário daqueles que teimam em continuar na oposição, desde 2018", disse o presidente.