Por unanimidade, a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta sexta-feira (14) manter a prisão do general Braga Netto, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) e vice na chapa do ex-presidente nas eleições de 2022.
Em dezembro de 2024, Braga Netto foi preso por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre a trama golpista.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Braga Netto estaria obstruindo a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no país para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Polícia Federal identificou que o general, indiciado por ser um dos principais articuladores do plano golpista, além de tentar obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Depois da prisão, a defesa do general recorreu da decisão e pediu que o caso fosse julgado pela Primeira Turma da Corte.
Na sessão virtual desta sexta, Moraes manteve a decisão que decretou a prisão. Para o ministro, os novos depoimentos de delação premiada de Cid revelaram a "gravíssima participação" de Braga Netto na trama golpista.
"A autoridade policial apontou que Walter Souza Braga Netto tentou controlar o que seria repassado à investigação, demonstrando o verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento exercido pelo recorrente, além de apresentar relevantes indícios de que Braga Netto atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações", escreveu.
O voto foi seguido pelos ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.