As duas transposições do Fundo de Vale Córrego dos Tucanos, previstas na nova Lei do Sistema Viário (PL 63/2023), podem ser retiradas da legislação complementar ao Plano Diretor.
O presidente do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina), Gilmar Domingues Pereira, enviou um ofício no dia 21 dizendo não se opor à emenda da vereadora Sonia Gimenez (PSB) que exclui as intervenções do PL 63/2023.
Além disso, alguns vereadores sinalizaram à FOLHA nesta terça-feira (26) que deverão atender à solicitação de moradores do entorno do vale, que são contra as transposições devido ao impacto ambiental.
A proposta do Executivo, que tramita na forma do Substitutivo n° 1, é transformar a rua dos Funcionários e a Maestro Andrea Nuzzi em vias arteriais, conectando-as futuramente às ruas Finlândia e João Weffort, passando pelo vale. O alargamento das vias também está previsto.
Com a manifestação favorável do Ippul, a tendência é que a Comissão de Legislação, Justiça e Redação dê seu parecer sobre a emenda na próxima segunda-feira (2), garantindo sinal verde para a votação em primeiro turno do PL 63/2023 até o dia 5.
Um parecer prévio da Comissão de Justiça solicitando posição para o instituto até chegou a ser pautado pela Câmara, mas como o Ippul se adiantou, os vereadores rejeitaram o parecer nesta terça. O objetivo foi evitar ainda mais demora para a votação do texto.
“É por isso que derrubamos esse parecer prévio. A resposta sobre essa emenda já estava protocolada na tramitação do projeto”, afirma o líder do Executivo, vereador Eduardo Tominaga (PP), que destaca a participação popular nas discussões do Plano Diretor - moradores da região do Vale dos Tucanos têm ido com frequência à CML. “Nós vemos como natural, pois estamos prestes a levar esses projetos para discussão no plenário. Então, se intensifica ainda mais a participação do cidadão na Câmara.”
Questionado se é favorável à emenda, Tominaga diz que sim. “Baseado nos estudos que fizemos no local e no abaixo-assinado [que teve mais de mil assinaturas] e na manifestação muito contundente e meritória que o pessoal tem feito contra essa transposição”, adianta.
Autora da emenda, Gimenez afirma que essa é uma resposta à demanda da população do entorno, que entende ser possível buscar outra forma de fazer fluir o trânsito sem passar pelo fundo de vale.
“Para mim está muito tranquilo, as pessoas entenderam [a importância da emenda]. Temos também essa fala da importância dos fundos de vale, dos recursos hídricos, das minas e nascentes que temos nesta área do Córrego dos Tucanos”, diz Gimenez, que defende o cuidado com a biodiversidade local, sobretudo em um contexto de eventos climáticos extremos.
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