Em assembleia realizada no início da noite desta quarta-feira (5), os professores estaduais do Paraná decidiram encerrar a greve iniciada na última segunda-feira, convocada para tentar barrar a aprovação do projeto que autoriza a terceirização dos serviços administrativos em 204 escolas. Com a participação de 4,3 mil trabalhadores, 63% da categoria manteve o estado de greve. Apresentado pelo governo do estado, o projeto que institui o programa Parceiros na Escola foi aprovado nas sessões de segunda e terça-feira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O governador Ratinho Júnior (PSD) sancionou a nova lei na terça-feira.
Segundo a presidente da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, a partir de agora o movimento sindical vai se organizar para tentar barrar a adesão das escolas ao programa, por meio do convencimento da comunidade escolar. O texto aprovado na Alep prevê consultas à comunidade escolar das 204 instituições de ensino selecionadas.
“Isso vai ter continuidade, seja pelos passos da via jurídica, seja no debate com a categoria e com comunidade escolar daqui até outubro, quando a Secretaria da Educação vai anunciar a data da consulta”, disse a presidente da APP-Sindicato. “A pressão já começou, tivemos o disparo de mensagens da Secretaria, por WhatsApp, para os números dos pais de alunos que estão cadastrados na escolas. Do mesmo modo como o governo está agindo agora, vai ter pressão para aprovar isso.”
De acordo com Mazeto, todas as escolas do estado aderiram à paralisação na segunda-feira, de maneira parcial ou total. O governo nega. Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed), 87% das escolas funcionaram normalmente na segunda-feira, índice que teria subido ontem para 97%.
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) marcaram audiências de conciliação entre o sindicato e o governo, que serão nesta quinta-feira (6) e na próxima segunda-feira (9), respectivamente.
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