Um mês depois de formalizarem a União Progressista visando as eleições de 2026, as direções do PP e do União Brasil decidiram nesta quarta-feira (8) pelo afastamento dos dois filiados que ocupam cargos de ministro no governo Lula: André Fufuca, do Esporte, e Celso Sabino, do Turismo.
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No dia 2 de setembro, o presidente da federação União Progressista (PP-União Brasil), Antônio Rueda, já havia anunciado a saída dos dois partidos da base aliada do governo. No encontro, as siglas declararam oposição a Lula. Rueda, então, orientou todos os filiados que ocupam posições no Poder Executivo a deixarem seus cargos, incluindo em ministérios.
Na segunda-feira (6), os dois partidos deram um ultimato a Fufuca e Sabino para que entregassem seus cargos. O presidente Lula chamou de "pequenez" a possível punição de ambos. “Se as coisas tão dando certo, por que mexer? Por que essa pequenez, sabe? De achar que atrapalhar um ministro que está fazendo um bom trabalho, deixar de ser ministro por quê? Por raiva, por inveja, por disputa política”, criticou Lula.
Diante da resistência dos ministros, ambos foram afastados das siglas.
O presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira, anunciou em nota o afastamento de Fufuca das funções na legenda. “O Progressistas comunica que, diante da decisão de desobedecer a orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-persidência nacional do partido", informa a nota assinada por Nogueira.
A direção nacional do PP decidiu ainda fazer intervenção no diretório do partido no Maranhão, cujo controle estava a cargo de Fufuca.
A nota do PP acrescenta ainda que "a Direção Nacional do Progressistas realizará intervenção no diretório do Maranhã, retirando o ministro do comando da legenda no estado. O partido reitera o posicionamento de que não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática", diz a nota.
O União Brasil, presidido por Antônio Rueda, também decidiu afastar Sabino de todas as instâncias partidárias. A decisão, tomada durante reunião da Executiva Nacional do partido em Brasília, inclui intervenção no diretório do Pará, presidido por Sabino, e a abertura de um processo disciplinar que poderá resultar em sua expulsão definitiva do partido.
Pelo estatuto da sigla, o ministro terá 60 dias para apresentar defesa ao Conselho de Ética.
Mesmo sob risco de punição, Sabino reafirmou que permanecerá no ministério. “Sigo ao lado do presidente Lula por entender que é o melhor. O partido, no meu entendimento, tem tomado decisões equivocadas”, declarou.
Em setembro, Sabino chegou a protocolar uma carta de demissão, mas recuou a pedido de Lula, com quem esteve em eventos em Belém (PA).
O ministro classificou a decisão da Executiva como “açodada e injusta” e defendeu que ainda há espaço para diálogo. “Acredito que o partido tomou decisões equivocadas, açodadas, mas há tempo para buscarmos entendimento”, disse.
Segundo ele, a proximidade da COP30, que será realizada em novembro em Belém, torna inoportuna qualquer mudança no comando do Turismo. “Estamos a 30 dias da COP30, a maior reunião diplomática do planeta. Não vejo como oportuno que haja uma interrupção no trabalho que vem sendo feito”, afirmou.