A Câmara Municipal de Londrina começa a discutir nesta terça-feira (9) o Projeto de Lei nº 289/2025, que altera a Carta de Serviços da LI (Londrina Iluminação) e autoriza a empresa pública a ampliar o conjunto de atividades que pode desenvolver. A proposta abre caminho para que a companhia deixe de atuar exclusivamente na iluminação das vias e passe a prestar outros serviços estratégicos para o município e para cidades da região.
Segundo o presidente da estatal, Renan Salvador, a mudança é o primeiro passo para preparar a empresa para novas frentes de atuação, especialmente nas áreas de monitoramento por câmeras, sensoriamento urbano e serviços de elétrica predial para a administração municipal.
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“O projeto altera a Carta de Serviços da Londrina Iluminação. Além de iluminação pública, estamos incluindo outros serviços, preparando a empresa para prestação de novos trabalhos, principalmente monitoramento de câmeras, monitoramento e sensoriamento, que a Constituição Federal, no artigo 149-A, permite que a Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública) também financie”, explicou.
Os novos serviços previstos no PL são exclusivos para administrações públicas. A LI poderá atender secretarias municipais, outras unidades da prefeitura local e de cidades vizinhas, ampliando seu mercado sem recorrer a contratos privados.
“Nosso cliente principal é a prefeitura, mas também podemos atingir outras secretarias e até outras cidades ao redor. A estratégia é buscar novos clientes e ampliar a qualidade do serviço que já prestamos na iluminação pública”, afirmou Salvador.
Sustentabilidade financeira
A mudança também tem motivação financeira. De acordo com o presidente, a Companhia busca reduzir a dependência da Cosip, que hoje sustenta grande parte das operações da LI.
Salvador lembrou que a taxa de iluminação de Londrina está comprometida até 2033 devido ao empréstimo contratado anos atrás para a modernização do parque de iluminação. “Se dependermos só da Cosip, não temos uma sustentabilidade saudável. Por isso precisamos buscar novos contratos que fujam da contribuição. Para isso, é necessário preparar o terreno, incluindo novos serviços na nossa Carta”, disse.
Sensoriamento urbano e até radares
A ampliação das atribuições permitirá também que a Londrina Iluminação participe de projetos de infraestrutura tecnológica voltados à cidade inteligente, como sensores de qualidade do ar, contagem de fluxo de veículos e pessoas e outros equipamentos instalados no espaço urbano.
A instalação de radares, tema que envolve maior debate público, não está no foco imediato, mas pode ser incorporada futuramente. “Tudo que é instalável no município provavelmente poderemos incluir. Londrina não tem, por exemplo, sensores de qualidade do ar, que são muito benéficos à população. Há muitos sensoriamentos possíveis além dos radares”, destacou.
Para Salvador, o projeto cria condições para que a Londrina Iluminação se torne peça fundamental na política municipal de cidades inteligentes. “É uma preparação de solo para um plantio futuro. Não significa que amanhã teremos 500 contratos novos. Mas precisamos organizar a parte burocrática para que o município avance nesse projeto”, afirmou.
Se aprovado, o PL 289/2025 dará início à reestruturação do portfólio de serviços da companhia, ampliando sua atuação e criando novas fontes de receita para os próximos anos.