Alvo central da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal desde março, intermediou 750 projetos entre grandes construtoras e órgãos públicos, entre fevereiro de 2009 e maio de 2012. Somados, os valores referentes a estes contratos ultrapassam a "casa dos bilhões", segundo a PF. Pelo menos 17 deles são da Petrobras para grandes empreendimentos nas áreas de refinarias e gás, suspeitam os federais. A investigação aponta, preliminarmente, que Youssef recebeu comissões no valor aproximado de R$ 160 milhões.
A PF também apura a suposta participação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa nos negócios de interesse do doleiro. Os investigadores suspeitam ainda que Youssef estendeu sua atuação a outros países, como Argentina e Uruguai.
A lista consta do Relatório de Projetos, um documento de 34 páginas apreendido pela PF na casa do doleiro. Youssef já é réu em cinco ações decorrentes da operação. A PF agora vai cruzar informações lançadas na planilha com os dados relativos aos contratos firmados pelos órgãos públicos.
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"Para cada projeto destacado há um cliente vinculado, geralmente uma grande construtora, e para cada cliente há um cliente final, quase sempre empresas públicas, como Petrobras, Copasa, Comperj e algumas empresas privadas", relata a PF. Em outro trecho, o relatório cita sete das maiores empreiteiras do País como detentoras de "inúmeros contratos" com órgãos públicos. "A tabela relaciona cada cliente a um contato e um número de telefone, assim, dessa forma, Alberto Youssef acompanharia o desenvolvimento dos projetos."
Na planilha, de acordo com a PF, há diversas citações ao nome do Consórcio Nacional Camargo Correa (CNCC) ao lado de valores "expressivos, não raros milionários", tendo como cliente final a Petrobras - Refinaria Abreu e Lima. O consórcio teria, segundo a PF, firmado contrato com a Sanko-Sider no valor de R$ 130 milhões, em que Youssef aparece possuindo "relações diretas com a referida empresa e seus dirigentes, inclusive recebendo valores".
O Grupo Sanko afirmou que já entregou à Justiça "documentos que demonstram a correção de seus contratos e negócios". Segundo a Camargo Correa, o contrato firmado com o CNCC foi objeto de licitação pública pelo menor preço. A Petrobras não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.