Na primeira eleição após a chegada de Jair Bolsonaro (sem partido) ao Planalto em meio a uma onda conservadora, o número de policiais e militares que concorrem ao cargo de prefeito atingiu o maior patamar em 16 anos.
Dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostram que, neste ano, 371 bombeiros militares, policiais militares e civis e militares reformados tentam uma vaga nos Executivos municipais em todo o país. Em 2004, eram 143 (aumento de 61%); há quatro anos, 178 (aumento de 52%).
Policiais militares são quase metade do grupo (193). Um dos exemplos é a delegada Geolize Telles (DEM), que concorre em Aracaju. Ela escolheu o coronel da PM Péricles Menezes para ser vice. Ao menos cinco chapas nas capitais serão formadas só por profissionais da segurança.
Os militares reformados, como Bolsonaro, são o segundo maior bloco do conjunto (99).
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O PSL, partido pelo qual o presidente se elegeu em 2018, lançou o maior número de postulantes policiais ou militares, 54. Em seguida, aparecem Patriota (25), PL (23) e Podemos e PP (ambos com 22). As legendas de esquerda apostam menos neles: PDT tem 13; PT, 12 e PSB, 9.
Entre os estados, São Paulo é o que tem mais concorrentes com essa formação, 59. Minas Gerais (49), Paraná (23), Bahia (22) e Goiás (21) completam o topo da lista.
Na comparação com outros estados, o Ceará fica para trás, com 15 candidatos a prefeito. Mas é de lá que vem um dos nomes de mais destaque na ascensão desse perfil no mundo da política.
Deputado federal mais bem votado do estado em 2018, o policial militar Capitão Wagner (PROS) concorre à Prefeitura de Fortaleza pela segunda vez como principal nome de oposição ao grupo do governador Camilo Santana (PT) e dos irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT). Com ascensão meteórica após liderar o motim da PM em 2011, ele tem a segurança pública como prioridade.
Já entre os candidatos a vereador, o aumento foi menos expressivo. Neste ano, são 5.810 postulantes desse perfil, contra 5.488 em 2016, crescimento de pouco menos de 6%.
De novo, o PSL é o líder (511), seguido por Republicanos (382), PSD (380), MDB (360) e PP (348). O ex-partido de Bolsonaro é dono da segunda maior fatia do fundo eleitoral, usado para bancar as campanhas, com R$ 199 milhões.