Política

Manifestantes em Londrina pedem impeachment do presidente Lula e de Moraes

03 ago 2025 às 19:12

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na tarde deste domingo (3), entre as avenidas Juscelino Kubitschek e Higienópolis, na área central de Londrina, para pedir o impeachment do presidente Lula (PT) e do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Foi o mesmo roteiro da mobilização realizada em dezenas de capitais de todas as regiões do país, intitulada “Reaja, Brasil”.


Foto: Douglas Kuspiosz

Em Londrina, a concentração começou por volta das 15h, com lideranças da direita discursando em um trio elétrico. Equipes da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) fizeram bloqueios nas avenidas, e a PM (Polícia Militar) acompanhou o protesto, que seguiu pacífico do início ao fim.


Nas falas, além das críticas ao presidente Lula e da defesa do impeachment de Moraes, os manifestantes pediram “anistia ampla, geral e irrestrita" para os presos pelos ataques aos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. O tema é alvo de um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, mas é considerado de difícil aprovação no atual contexto.


Como ocorreu em outras cidades, as bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos, de Israel e do Brasil Império marcaram presença no ato pró-Bolsonaro. Também houve um buzinaço de apoiadores que passavam pela região.


Vestindo verde de amarelo, os manifestantes levaram cartazes com frases como “fora Lula”, “fora Moraes” e "Volta Bolsonaro", pediram liberdade ao ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB) e até um “Thank you Trump” (“Obrigado, Trump”, em inglês), possivelmente em alusão às sanções aplicadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ao ministro Alexandre de Moraes, por meio da Lei Magnitsky.


O encontro também serviu para demonstrar apoio a Bolsonaro, que está usando tornozeleira eletrônica desde 18 de julho e pode ser julgado pelo STF nos próximos meses, acusado da chamada trama golpista. Ele não participou dos atos deste domingo porque está proibido de sair de casa, em Brasília, aos finais de semana por determinação do Supremo.


Também participaram do ato os vereadores Santão (PL), Jessicão (PP), Giovani Mattos (PSD), Michele Thomazinho (PL) e Anne Moraes (PL).


Foto: Douglas Kuspiosz

O prefeito Tiago Amaral (PSD) chegou por volta das 16h e, acompanhado do secretário municipal de Defesa Social, Felipe Juliani, subiu no trio elétrico para discursar em defesa da liberdade de expressão. “Se nós não tivermos o direito de falar, de nos expressar, de dizer o que pensamos, de nos manifestar, eu digo que não estamos mais diante de um Estado ou de uma nação, mas de um povo escravizado. Mas nós não somos um povo escravizado, somos uma nação apaixonada, que acredita na liberdade, em Deus, na família e no nosso trabalho”, disse o prefeito.

Pelo País

Bolsonaristas fizeram atos em diversos pontos do país neste domingo. Manifestações foram programadas em ao menos 20 capitais em todas as regiões do Brasil. O principal ato, em São Paulo, começou à tarde.


Manifestantes ocuparam a Avenida Paulista na tarde domingo       Foto: Nelson Almeida/AFP


O ex-presidente Jair Bolsonaro não pôde participar porque, desde o último dia 18, tem que cumprir medidas restritivas impostas por Moraes, como usar tornozeleira eletrônica e não sair de sua casa, em Brasília, aos fins de semana.


Ele acompanhou de casa e afirmou em mensagem divulgada em lista de transmissão: "obrigado a todos", "pela nossa liberdade". Um vídeo mostra o ex-presidente vendo pelo celular o ato em Belém, onde a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou.


"Uma diplomacia nanica, provocando os Estados Unidos, desrespeitando a autoridade do presidente Trump, dizendo que ele é um nazista, fascista e queira ser o dono do mundo. As consequências chegam. Irresponsável, mentiroso", disse Michelle Bolsonaro durante discurso em que atacou Lula e o STF.


O governador do Rio de Janeiro Claudio Castro (PL) participou do ato em Copacabana e defendeu Bolsonaro como "única opção" para a eleição de 2026. O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) puxou gritos de "Magnitsky" e pediu anistia aos presos nos ataques golpistas de 8 de janeiro.


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chamou Moraes de "vagabundo" e divulgou mensagem de voz do pai saudando o público.


O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também colocou mensagem de Bolsonaro no celular durante ato em Belo Horizonte. Bolsonaristas se reuniram na praça da Liberdade e discursaram no tom de que o STF é inimigo. Uma faixa estendida no carro de som dizia, em inglês, "Leave Bolsonaro alone" (Deixe Bolsonaro em paz).


Parlamentares bolsonaristas, como os deputados Filipe Barros (PL-PR), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), anunciaram os atos pelas redes sociais, sob o slogan "Reaja, Brasil". 


Os atos acontecem quatro dias depois de o presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciar a imposição de sanções financeiras a Moraes, com base na Lei Magnitsky.


As sanções são ligadas à pressão pela interrupção da ação penal que julga Bolsonaro por tentativa de golpe e são incentivadas, sobretudo, pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).


Na sessão do STF de sexta (1°), a primeira desde a sanção, Moraes classificou como "covardes e traiçoeiras" as ações do governo americano e disse haver "traição à pátria", direcionando sua reação principalmente a Eduardo Bolsonaro.


Em Brasília, os manifestantes se reuniram próximos à sede do Banco Central, com um carro de som. Como sempre, carregando adereços verdes e amarelos e com a bandeira do Brasil. Também houve bandeiras dos Estados Unidos e de Israel.


Alguns trouxeram faixas contra o ministro Alexandre de Moraes, outros contra Lula. Uma série de bolsonaristas trouxeram a frase "Thank you Trump" (obrigado Trump, em inglês), em apoio às atitudes do presidente dos EUA.


Também houve manifestações nas capitais do Sul (Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis), Centro-Oeste (Goiânia, Campo Grande, Cuiabá e Brasília) e Nordeste (Salvador, Fortaleza, Recife, São Luís, João Pessoa, Natal, Teresina, Aracaju e Maceió).(Com Folhapress)


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