A resistência de Jair Bolsonaro (PL) em relação à vacinação contra a Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos se reflete na opinião dos brasileiros sobre o desempenho do presidente nesta fase da campanha de imunização.
Pesquisa Datafolha mostra que 58% dos brasileiros de 16 anos ou mais de idade acham que o presidente mais atrapalha do que ajuda quando o assunto é a vacinação das crianças. O percentual equivale a 97,3 milhões de pessoas.
Para 25% (quase 42 milhões de pessoas, segundo a projeção), Bolsonaro mais ajuda nessa questão do que atrapalha; 14% disseram não saber a resposta; outros 2% ficaram neutros, afirmando que ele nem ajuda nem atrapalha nesse tema.
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O levantamento foi realizado por telefone entre os dias 12 e 13 de janeiro, com 2.023 pessoas com 16 anos ou mais, em todas as regiões e estados do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Homens são a maioria, 32%, na crença de que Bolsonaro mais ajuda que atrapalha, enquanto as mulheres lideram quando a opinião é contrária, de que ele atrapalha: 61%.
Entre os que acreditam que Bolsonaro mais auxilia, 30% têm entre 45 e 59 anos, 28% estudaram até o ensino médio, 32% possuem renda mensal familiar de mais de dez salários mínimos e 36% são evangélicos.
No grupo que enxerga o mandatário como alguém que atrapalha a vacinação, são altos os percentuais, por exemplo, entre os que têm 60 anos ou mais (64%), ensino superior (66%) e uma renda de mais de dois a cinco salários mínimos (61%).
O medo da doença é também maior em quem vê Bolsonaro como alguém que atrapalha a vacinação: 66% têm muito temor de ser infectado pelo coronavírus.
No recorte por regiões, no Sul, 33% veem que Bolsonaro ajuda na vacinação das crianças; no Sudeste o percentual cai para 22%.
Nas últimas semanas, apesar da aprovação da Anvisa ao imunizante da Pfizer, Bolsonaro colecionou episódios em que fez críticas ou levantou dúvidas em relação à segurança da vacinação das crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19.
No final de dezembro, por exemplo, afirmou que não vacinaria a filha Laura, 11, sob a alegação de que "a vacina para criança é muito incipiente ainda, o mundo tem muita dúvida".