Líder isolado na preferência do eleitorado para a disputa pela Prefeitura de Londrina, o deputado federal Marcelo Belinati (PP) foi o principal beneficiado pela diluição da concorrência, provocada pela ausência do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) da disputa pela reeleição. Na pesquisa do Instituto Multicultural, feita para a FOLHA e Rádio Paiquerê AM, divulgada ontem, o pepista está com 48% das intenções de voto na estimulada, quando os nomes são apresentados para os entrevistados; o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) somou 12%.
Realizada entre 17 e 19 de junho, a pesquisa atual entrevistou 640 moradores de todas as regiões da cidade. Foi registrada sob o número PR-01069/2016 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e tem margem de erro de 3% para mais ou para menos em um intervalo de confiança de 95%. Apesar da vantagem, Marcelo afasta o clima de campanha, embora o partido o apresente como pré-candidato. "É uma decisão pessoal, que cabe somente a mim, por isso estou ouvindo as pessoas para formar a minha convicção." A definição de chapas deverá ocorrer mesmo apenas nas convenções partidárias, entre julho e agosto.
Em levantamento feito pelo mesmo instituto há dois meses, Kireeff e Marcelo apareciam praticamente empatados, na casa dos 28% (registro no Tribunal Superior Eleitoral, sob o número PR-06758/2016). Enquanto no mês de abril havia seis pré-candidatos, na pesquisa divulgada ontem estão listados 16 nomes, sendo, pelo menos, cinco deles de partidos que apoiam a atual administração municipal. A acomodação na chapa pela reeleição com a qual as siglas já contavam não está se confirmando, fazendo surgir novos possíveis concorrentes. "Tínhamos um cenário de polaridade, mas na medida em que o prefeito não é colocado na pesquisa existe a tendência de destaque para um lado", analisou o professor e ética e filosofia política da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Clodomiro Bannwart.
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Segundo ele, alguns elementos novos podem beneficiar quem sai na frente na pré-campanha deste ano. Diferente do que ocorria há quatro anos, a campanha é menor, com apenas 45 dias – antes era de 90 dias – e não existe, segundo Bannwart, uma fácil identificação do eleitor com o elemento novo na política. "Lá em 2012, o Kireeff era o novo, mas agora o novo está muito fragmentado entre muitos partidos, o que dificulta a congregação de forças e a escolha do eleitor."
Entretanto, na avaliação de Hauly, afinado com a administração municipal, a fragmentação das forças pode ser revista até as convenções partidárias. Segundo colocado na pesquisa, o tucano que já disputou o Executivo quatro vezes, sem nenhuma vitória, evitou falar como pré-candidato da legenda e aposta ainda na candidatura do atual prefeito. "O PSDB estará com o Kireeff nesta decisão, pois queremos uma candidatura única para defender a continuidade desta administração. Ainda não perdi as esperanças com a candidatura dele", falou o deputado.
O prefeito, por sua vez, prefere ressaltar os ex-secretários Márcio Stamm (PSB) e Bruno Veronesi (PSD) que se apresentam como pré-candidatos e insiste em dizer que a decisão de não disputar é irreversível. "As pessoas mantém algumas expectativas, mas não é o encaminhamento que ocorrerá", comentou Kireeff, sem confirmar, porém, quem terá o seu apoio.
Além de Marcelo e Hauly, aparecem, ainda, os nomes de Valter Orsi (PSDB), com 3,5% das intenções de voto; Boca Aberta (PR), com 3%; Luciano Odebrecht (PMN), com 2,5%; Paulo Muniz (PV), a vereadora Sandra Graça (PRB) e Bruno Veronesi (PSD) com 1% de intenção de voto cada um; Marcos Urbaneja (PDT), Celso Marconi (DEM), Patrícia Santos (PSOL), João Mendonça (PMDB) e Odarlone Orente (PT) têm 0,5% cada; Márcio Stamm (PSB) e André Trindade (PPS) têm 0,3%; Jaci Aguiar (PTC), 0,1%. As pessoas que disseram que votariam em branco ou nulo somam 2,8% dos entrevistados e o percentual de quem disse que não sabe em que votar é de 22%.