O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) publicou em suas redes sociais uma foto íntima de Luiz Galeazzo, o publicitário bolsonarista cotado para assumir o comando da Diretoria de Conteúdo e Gestão de Canais Digitais na Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência).
O nome de Galeazzo como futuro membro da Secom foi divulgado pela revista Época nesta quarta-feira (5).
Pouco depois, Frota publicou em sua conta no Twitter uma foto em que o publicitário e influenciador digital aparece com duas mulheres nuas, mordendo a nádega de uma delas.
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"Vejam o conservadorismo do Bolsonaro. Esse é o Luiz Galeazzo que será o novo secretário de mídias digitais da Secom. Convidado para trabalhar no governo", escreveu o deputado.
Ele marcou na publicação os perfis da secretaria vinculada à Presidência, da Igreja Universal do Reino de Deus, do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Cidadania, Osmar Terra, além de veículos de comunicação.
Vejam o conservadorismo do Bolsonaro .Esse é o Luiz Galeazzo que será o novo secretário de mídias Digitais da Secom . Convidado para trabalhar no Governo. @secomvc @jairbolsonaro @VEJA @guilherme_amado @exame @govbr @OsmarTerra. Outro hipócrita. @IgrejaUniversal pic.twitter.com/6imbYVK7hw
Publicidade Alexandre Frota 77 (@alefrota77) February 5, 2020
No seu perfil do Instagram, no fim da tarde, Galeazzo afirmou que se trata de uma foto antiga. Segundo ele, foi um ataque covarde e criminoso.
"Tive minha vida íntima exposta numa foto antiga usada e repercutida por um político e parte da imprensa para me atacar por conta de minha posição política", afirmou.
"Um ataque covarde e criminoso que atinge não só a mim, mas a minha família e atual namorada. Medidas cabíveis serão tomadas."
Procurado, o deputado do PSDB afirmou que a foto estava na internet e que decidiu publicá-la para expor "a hipocrisia e o falso moralismo".
"Essas fotos já estavam nas redes, estavam numa nuvem", afirmou à reportagem.
"Esse é o Galeazzo em ação no conservadorismo. Eu decidi postar para mostrar para as pessoas que a hipocrisia e o falso moralismo estão latentes nesse governo do Bolsonaro."
Frota, que já teve carreira como ator pornô -passado que é citado por seus críticos-, disse que "é bom que as pessoas vejam que todos têm seu telhado de vidro".
"Eu sou um cara tão atacado, mas é bom que as pessoas vejam que todos têm seu telhado de vidro e todos têm algo a dizer que fizeram no verão passado", disse.
Além da foto íntima, Frota publicou nas redes sociais diversas postagens atribuídas à conta do publicitário no Twitter.
Como a conta de Galeazzo nesta rede social foi deletada, a reportagem não pode aferir a veracidade dos posts.
Nos prints postados por Frota, Galeazzo supostamente responde a usuárias que o criticaram: "vc nunca saberá, pq não deixo meu pau chegar nem a 2 metros de distância de tracajaras flácidas e fedorentas que nem vc" e "só olhar para as suas fotos já dá para sentir o cheiro do seu corrimento, sai da internet e procura um ginecologista urgente".
"Ele discute com mulheres que não concordam ou que se baseiam em outros fatos, ele não aceita o contraditório. Ele ataca mulheres, ataca gays, ataca negros", diz Frota.
Deputados da ala bolsonarista do PSL classificaram como baixos os ataques de Frota. Ele chegou a discutir na CPI das Fake News com a deputada Caroline de Toni (PSL-SC).
Ao mencionar o caso na comissão, ela pede respeito, e Frota responde dizendo "Respeita você, que ele é da sua laia".
Galeazzo afirmou para amigos ter recebido o convite para integrar a Secom na última segunda-feira (27) pelo secretário Fabio Wajngarten.
A reportagem confirmou com dois desses interlocutores a informação. De acordo com os relatos, Galeazzo informou ter enviado seus documentos para a Presidência da República para que o Gabinete de Segurança Institucional possa fazer a análise de seus antecedentes, inclusive criminais.
Nas conversas, o publicitário disse ter recebido de Wajngarten a missão de transformar a diretoria de Canais Digitais da Secom. Além do reposicionamento da publicidade do governo nas mídias sociais, caberia a ele organizar uma equipe capaz de dar respostas rápidas ao que Wajngarten chamou de "ataques da imprensa ao governo".