O perfil médio das candidaturas no Estado é de homem (67%), com 47 anos, casado (54%), ensino superior completo (59,44%) e branco (74,46%). Esse é o padrão das 1.578 candidaturas a todos os cargos eletivos no Estado a partir da atualização dos dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Seria um perfil semelhante ao do eleitor médio no Brasil, não fosse por um aspecto importante: a raça. O candidato médio das eleições gerais deste ano é do sexo masculino (66,6%), tem 49 anos, é casado (52,7%), tem ensino médio (54,9%) e, pela primeira vez, é negro (49,7%). Os dados também são do TSE.
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Embora as mulheres formem a maioria entre os eleitores do Estado (52,59%), o número de candidaturas femininas na política paranaense ainda é baixo.
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Nas eleições gerais de 2022, há 526 mulheres ou 33% de candidaturas femininas no Estado. São 9 postulantes ao governo (três mulheres); 9 a vice (uma mulher); 10 ao Senado (três do sexo feminino); ao todo, 632 pessoas concorrem a deputado (a) federal e 899 disputam como deputado (a) estadual. Se comparado com 2018, a quantidade de mulheres candidatas no Paraná cresceu 30,2% em 2022 — eram 397 há quatro anos. Porém, em termos percentuais passou dos 31% para 33% do total de registros.
Para o professor de Ética e Filosofia Política da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Clodomiro José Bannwart Junior, as candidaturas femininas estão pouco acima do limite legal, que estabelece que um terço das vagas deve ser ocupada por mulheres dentro do partido. Ou seja, não há grande avanço nesta representatividade feminina. "Com regras alçadas a nível constitucional, por força da Emenda Constitucional 117/ 2022, os partidos políticos estão obrigados a destinar 30% do fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) às candidaturas femininas. No espírito de fomentar as condições de participação feminina na política, sobretudo no aspecto mais sensível, que é o do financiamento, a emenda constitucional reforça a legislação eleitoral, que há anos vem buscando condições de melhor inserir as mulheres no ambiente da política."
Levantamento da FOLHA também mostra que 80% das candidaturas do sexo feminino estão em partidos de centro-direita. Segundo o analista político, a participação das mulheres são em partidos mais conservadores e ligados à religiosidade, sobretudo dos Evangélicos, que têm crescido no país. "A religião que entrou no debate público, disputando espaço e poder, trouxe consigo essas mulheres, portadoras de uma cosmovisão religiosa e conservadora, mais alinhadas às pautas de partidos de direita."
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA DE GUILHERME MARCONI NA FOLHA DE LONDRINA.