Falta pouco mais de um ano para as eleições de 2026, mas os vereadores de Londrina já começaram a traçar seus planos. Não é incomum que quem já exerce mandato busque um “upgrade político”, disputando uma vaga de deputado estadual ou federal, mas a tendência é de redução no número de postulantes: apenas seis parlamentares se colocam como pré-candidatos.
Levantamento feito pela FOLHA na CML (Câmara Municipal de Londrina) mostra que, entre os vereadores, Santão (PL) e Matheus Thum (PP) cogitam disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Já Giovani Mattos (PSD), Antônio Amaral (PSD), Jessicão (PP) e Deivid Wisley (Republicanos) avaliam concorrer à Alep (Assembleia Legislativa do Paraná). O vereador Mestre Madureira (PP) informou que aguarda uma definição do Progressistas, enquanto os demais parlamentares dizem não ter intenção de se candidatar. A deputada federal Lenir de Assis (PT), licenciada da Câmara de Londrina, deve buscar a reeleição em Brasília.
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Entre os vereadores londrinenses, Deivid Wisley foi o mais votado em 2024, com 16.212 votos; Jessicão ficou em segundo lugar, com 15.057. Giovani Mattos foi escolhido por 5.596 eleitores, Santão por 3.948 e, Antônio, por 3.438. Thum obteve 3.003 votos.
É claro que ainda há muita indefinição e parlamentares que hoje despistam sobre 2026 podem entrar na disputa. Ainda assim, chama atenção a diminuição no número de possíveis candidatos. Em 2022, 13 dos 19 vereadores concorreram a deputado estadual ou federal. Lenir de Assis e Jairo Tamura (PL), suplentes na ocasião, acabaram assumindo cadeiras em Brasília e Curitiba, respectivamente.
Nos pleitos anteriores, a participação foi menor: em 2018, cinco vereadores concorreram; em 2014, foram oito. Historicamente, a taxa de sucesso tem sido baixa. Em 2014, nenhum vereador foi eleito deputado. Já em 2018, apenas Filipe Barros (PL) conseguiu se eleger deputado federal.
'Fotografia do momento'
Para o analista político e professor da UEL (Universidade Estadual de Londrina) Elve Cenci, os números refletem uma fotografia do momento político da cidade, mas a expectativa é que aumentem conforme a eleição se aproxima.
“A explicação é muito simples. Lançar-se candidato a deputado mesmo sem chances de se eleger é uma oportunidade para testar o eleitorado e fazer campanha para 2028. Durante a campanha eleitoral, o vereador que é candidato a deputado pode visitar os eleitores, pedir votos, ganhar visibilidade nas redes sociais e na propaganda eleitoral, fazer dobradinha com algum candidato a deputado mais popular, colar a imagem no candidato a governador ou presidente que é popular no mesmo segmento, enfim, é um achado e um bom negócio”, avalia Cenci, que ainda lembra do orçamento bilionário do Fundão Eleitoral à disposição das candidaturas.
Apesar dos ganhos políticos individuais, o analista avalia que esse cenário é ruim para a representatividade de Londrina. “Os votos acabam diluídos entre dezenas de candidatos inviáveis e a nossa representatividade acaba comprometida. Se lançássemos um número menor, mais representativo e com pautas relevantes para a cidade, região e Estado, seríamos mais fortes politicamente no momento de buscar os nossos interesses”, acrescenta. “O melhor exemplo prático é o caso do ILS [sistema de pouso por instrumentos] no aeroporto de Londrina. Se tivéssemos uma representatividade maior e de melhor qualidade, já teríamos esse recurso instalado há pelo menos uma década.”
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