Uma solenidade na sede da Cohab de Londrina marcou o lançamento do edital de chamamento para construção de 2.649 unidades habitacionais pelo programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida), do governo federal, na manhã desta sexta-feira (24). A previsão é que os projetos sejam apresentados à Caixa, que será a financiadora, até abril de 2026.
As moradias serão voltadas para a linha FAR (Fundo de Atendimento Urbano), voltado para empreendimentos em áreas urbanas que atendam famílias com renda de até dois salários mínimos - a chamada Faixa 1 do programa. O valor das parcelas fica entre R$ 90 de R $340, mas, se a família for inscrita em algum benefício social, não há parcelas a pagar.
Receba nossas notícias NO CELULAR
WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp.Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
De acordo com o presidente da Cohab, Luciano Godoy, os empreendimentos serão espalhados por Londrina, em todas as regiões da cidade, de forma que ocupem vazios urbanos ao invés de irem para áreas periféricas. "Essa é um formato com menor dispêndio de recursos públicos. Se optar por um terreno muito distante, a infraestrutura, como asfalto e esgoto, tornam as unidades mais caras, o que inviabiliza o projeto", explica.
Segundo o prefeito Tiago Amaral (PSD), o objetivo do edital é atender parte das 3,5 mil famílias que vivem em áreas de ocupação, com condições precárias.
Amaral recorda que não houve captação de casas pelo FAR nos últimos oito anos - descontinuado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o MCMV foi retomado apenas em 2023, após a segunda reeleição de Lula (PT). "Estamos em construção de 740 unidades e, agora, [virão] mais 2,6 mil casas. Queremos mais ainda", afirma.
O prefeito ainda disse que está atuando em conjunto com a Caixa e o governo do Estado para tentar evitar construtoras que lançam valores muito baixos e, depois, desistem do empreendimento, como ocorreu com o Allegro Villagio - hoje, já solucionado - e o Residencial Flores do Campo.
"Nós fizemos um trabalho muito forte em cima do histórico de construções junto aos programas da Caixa e do governo do Estado para ter certeza de que, quem ganhar, não serão os aventureiros que estão lá só apenas para captar um dinheiro e, depois, correr o risco de não entregar a obra. E nós fizemos uma ação muito estratégica, porque esse levantamento que fizemos são de áreas onde já há infraestrutura, na maior parte", afirma.
A deputada federal Lenir de Assis (PT) recorda que o MCMV é uma das políticas mais importantes de resultado na vida da população brasileira e ressalta a importância de Londrina receber um dos maiores complexos do programa de moradia social. “É muito relevante, principalmente por atender a uma faixa com renda de zero a dois salários mínimos, com prestações de até R$ 360, mas, existe uma faixa de pessoas que não podem arcar com parcelas e poderão participar sem custo algum. Mesmo quem não tem condições de pagar uma prestação, tem direito a moradia”, afirma.
Ela também frisa que, além das moradias do FAR, voltadas para áreas urbanas, 80 famílias do Eli Vive já assinaram contratos para moradias populares em área rural. “Há anos, esperávamos por um MCMV rural e, agora, entre unidades da Cohab e do programa federal, são quase 200 casas no assentamento”, afirma a deputada.
Ela também considera acertada a opção de ocupar vazios urbanos com moradias populares, mas, reforça que os municípios podem ter políticas de moradias que não dependam apenas de recursos federais. “As crianças de Londrina, em breve, serão adultos que vão precisar de moradia. Isso precisa começar a ser planejado. A cidade tem muitos imóveis fechados. Por que não desenvolver um programa de auxílio para que pessoas possam pagar aluguéis dessas unidades, por exemplo?”, sugere