Os assíduos nas aulas de história certamente se lembram que o Brasil já teve outros sistemas de governo além do presidencialismo. Além da monarquia, no segundo Reinado e durante três anos da República (1961 a 1963) nosso país já foi parlamentarista. Contudo, entra ano, sai ano, a discussão volta para a pauta, justamente porque a política é viva e dinâmica.
Como noticiado pela FOLHA, em fevereiro deste ano Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD), presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente, voltaram a pautar a possibilidade do Brasil se tornar um semipresidencialismo, criando um grupo de trabalho para estudar a proposta.
O deputado federal Samuel Moreira (PSDB), coordenador desse grupo, diagnostica uma desconexão. “O presidente se elege com um programa e os deputados se elegem sem responsabilidade com a qualidade do governo”, aponta. “Nosso sistema presidencialista está sem funcionalidade, está desconectado. Diante disso, busca-se encontrar uma forma de pelo menos comprometer minimamente essa base, que é o parlamento”, salienta o tucano. Para ele, “muitos deputados da base, por exemplo, ficam apenas com o bônus de governar, mas na hora de votar projetos importantes para o governo, se ausentam”.
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Contudo, se por um lado a ideia é aumentar a responsabilidade, de outro a oposição não vê a ideia com bons olhos. “Na política não existem coincidências”, afirma o deputado federal Enio Verri (PT). Na visão dele, trata-se de uma articulação para não perder o poder. “A pauta do semipresidencialismo, no ano das eleições, quando Lula apresenta condições de ser presidente, caracteriza um golpe, de um grande setor que manda nesse país há 500 anos e está com medo de perder o poder”, conclui.
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