A onda de boatos envolvendo a suposta morte do doleiro Alberto Youssef, acusado de operar um esquema de desvio de dinheiro na Petrobras, não se restringiu ao chamado submundo da internet. Nas horas que antecederam as eleições e até mesmo durante a votação, políticos paranaenses que apoiavam a candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República também postaram ou compartilharam notícias inverídicas sobre o estado de saúde do londrinense.
Ainda na noite de sábado, o presidente da Assembleia Legislativa (AL) e do PSDB do Paraná, Valdir Rossoni, escreveu, em sua conta mo microblog Twitter, que Youssef foi internado após o almoço na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, e que a principal suspeita era envenenamento, informação desmentida, em nota, pela PF. O texto foi repetido no Facebook, ao lado de uma imagem da capa da revista "Veja", que relaciona Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula (PT) ao escândalo. Já na manhã de ontem, o deputado federal eleito questionou: "Por que não soltam uma nota com declaração do médico responsável?".
O primeiro secretário da AL, Plauto Miró (DEM), foi além, dando como certo o falecimento de Youssef. Também por meio do Facebook, ele lembrou do fato de o doleiro ser o delator do caso da Petrobras. "Há suspeitas de que a causa da morte seja envenenamento. Não podemos nos calar, é agora ou nunca. Vote 45!", escreveu. Pouco depois, o texto foi apagado.
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O deputado federal Fernando Francischini (SD-PR), por sua vez, publicou imagens que supostamente seriam do prontuário de atendimento de Youssef. "Algum médico especialista para nos ajudar com diagnóstico? Envenenamento, hipertensão ou infarte? O país tem direito de saber!". Em postagem no dia anterior, o parlamentar comentou uma matéria do jornal "O Globo", na qual Aécio dizia ter sido ameaçado, e falou que a notícia veio na mesma noite em que houve a internação de Youssef. "Isso só nos mostra que temos oito horas amanhã para mudar o curso dessa ditadura".
Em coletiva de imprensa, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, disse que não cabe ao TSE tomar medidas de ofício em função de boatos. "Se eventualmente alguma candidatura se sentir prejudicada, aí em falo em tese, com algum tipo de atuação de alguém, cabe ao interessado provocar a Justiça Eleitoral", afirmou.