A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT) apresentou um requerimento cobrando informações da Secretaria de Segurança do Paraná sobre o aumento significativo da violência policial em Londrina. Nas últimas semanas, diversos geraram comoção no município, entre os quais as mortes dos jovens Kelvin Willian Vieira dos Santos, de 16 anos, e Wender Natan da Costa Bento, de 20, ocorridas num suposto confronto com agentes da Polícia Militar no dia 15 de fevereiro.
O requerimento foi elaborado em diálogo com a vereadora do município Paula Vicente (PT), que acompanha de perto a situação em Londrina.
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No requerimento, Ana Júlia questiona quais políticas públicas estão sendo desenvolvidas ou implementadas no município com o objetivo de combater e prevenir a violência policial; quais providências foram adotadas pela Secretaria de Segurança Pública em relação à morte dos jovens Wender e Kelvin; a situação atual dos inquéritos que apuram a responsabilidade pelas mortes; e a posição da Secretaria de Estado da Segurança Pública quanto à implementação do uso de câmeras corporais por policiais militares e civis.
O requerimento já foi lido e aprovado em plenário na semana passada e aguarda resposta do governo.
“A transparência sobre os procedimentos adotados e a adoção de medidas de controle e fiscalização da atuação policial são essenciais para garantir a integridade dos cidadãos, o respeito aos direitos humanos e a confiança nas instituições de segurança”, justifica a deputada Ana Júlia.
DIREITOS HUMANOS
Vale lembrar que o deputado estadual Renato Freitas (PT) enviou, em fevereiro, à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, um relatório sobre a execução dos dois jovens. O parlamentar defendeu que as investigações sobre o caso sejam acompanhadas por órgãos federais.
“Foram 18 tiros em dois jovens comprovadamente desarmados. Essa é uma realidade que não dá trégua no Paraná e no Brasil, e que faz a população refém do medo, porque sabem que a Polícia Militar, assim como está, é incapaz de oferecer segurança, mas é estimulada a promover o terror”, disse o deputado, que é coautor do projeto de lei que determina o uso obrigatório de câmeras corporais por policiais em serviço no Paraná.
Além das informações sobre o assassinato dos dois jovens, o deputado também encaminhou denúncias sobre os alarmantes registros de letalidade policial no Paraná. Em 2024, foram 433 supostos confrontos policiais que acabaram com 413 pessoas mortas. O número é 19% maior do que no ano de 2023. Como apontado no levantamento, divulgado pelo Ministério Público do Paraná, 49,9% das vítimas fatais dos confrontos eram jovens negros, entre eles adolescentes de 12 a 17 anos.
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