Mediante protesto de servidores, que não conseguiram autorização para entrar no prédio, a Assembleia Legislativa (AL) do Paraná abriu seus trabalhos em 2017 na tarde desta quarta-feira (1°), após quase dois meses de férias. A sessão solene foi inteiramente dedicada à posse da Mesa Executiva, sem projetos em pauta para análise, nem tampouco participação de pessoas nas galerias.
O presidente reeleito da Casa, Ademar Traiano (PSDB), disse que barrou os funcionários públicos, em sua maioria professores, por se tratar de um "dia de festa". Com isso, eles se concentraram do lado de fora, impedindo também a entrada de trabalhadores da AL. No plenário, os 54 deputados estaduais dividiram espaço com familiares, vereadores, representantes dos demais poderes e ainda outros políticos e autoridades, esses sim convidados para prestigiar a cerimônia.
A imprensa só conseguiu acesso por meio de uma entrada do Tribunal de Justiça (TJ), que fica ao lado. O tucano garantiu que a partir de segunda-feira (6), porém, todos poderão acompanhar as plenárias normalmente. "É uma festa privada, particular", criticou Tadeu Veneri (PT), que neste ano assumirá a liderança da oposição, em substituição a Requião Filho (PMDB).
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"Não acompanhei o que aconteceu. Mas pelo que vi é um número muito pequeno de manifestantes. A Assembleia é um espaço democrático. A presença (do funcionalismo) é importante. Agora, me parece que o comportamento como uma torcida de futebol também é impróprio", opinou o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PSB).
Dos atuais nove integrantes da Mesa, dois foram trocados. Ney Leprevost (PSD) e Ademir Bier (PMDB) deram lugar a Guto Silva (PSD) e Wilmar Reichembach (PSC), respectivamente. Assim, a oposição, que costumava ocupar a segunda secretaria, ficou sem nenhum cargo na direção da Assembleia. A bancada hoje possui apenas sete membros, número insuficiente até mesmo para se lançar na disputa.
Ao invés de manter o PMDB, que passou de oito para quatro representantes na última janela partidária, Traiano optou por "acomodar" as duas siglas controladas pelo deputado licenciado Ratinho Jr. (PSD), mais votado no pleito de 2014. O bloco informal do atual secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano conta com 14 parlamentares, sendo oito do PSD e seis do PSC.