A CML (Câmara Municipal de Londrina) vai contratar uma produtora audiovisual para a criação de conteúdos jornalísticos, educativos e institucionais. O custo pode chegar a R$ 4,68 milhões pelo período de dois anos — cerca de R$ 190 mil por mês. Inicialmente, os materiais serão divulgados nas mídias digitais da Câmara, mas o objetivo é ter um canal aberto próprio, a TV Câmara.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (16), o presidente da CML, vereador Emanoel (Republicanos), afirmou que a concessão da TV Câmara está sendo analisada pelo Ministério das Comunicações. “Temos um convênio com Brasília e vamos ter em Londrina um ponto de referência para a TV 3.0. Hoje estamos dando um grande passo”, justificou o parlamentar, que fala em dar mais transparência aos trabalhos da Casa.
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Questionado sobre o volume de recursos previsto, em um momento em que há outras demandas na cidade e a Prefeitura de Londrina enfrenta dificuldades financeiras, Emanoel ressaltou que o Legislativo tem orçamento próprio e é independente dos demais poderes. O projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual) que tramita na CML prevê que o orçamento da Secretaria Municipal de Assistência Social caia de R$ 134 milhões para R$ 117,7 milhões no próximo ano.
Para 2025, a CML dispõe de até R$ 59 milhões, e para o próximo ano esse valor deve subir para R$ 67 milhões, conforme previsão da LOA que tramita na Casa. “A Câmara de Vereadores precisa se comunicar com muito mais transparência com a sociedade londrinense. A TV Câmara vem com essa finalidade. Não vejo desperdício, não vejo um gasto; pelo contrário, vejo um investimento”, acrescentou. “Nosso dever é se comunicar bem com a população.”
O presidente destacou ainda que os R$ 4,68 milhões representam o teto da licitação e que a expectativa é de valores menores, já que o certame será realizado pelo critério de menor preço. Segundo ele, o investimento em uma estrutura própria seria ao menos duas vezes mais caro.
“Com todo respeito à imprensa que temos em Londrina, nós não queremos que as nossas ações sejam veiculadas apenas pelos canais de comunicação, como rádio, televisão e jornal. Queremos ter nossa própria TV Câmara, para que possamos nos comunicar com a população e levar de fato tudo aquilo que temos produzido.”
‘NÃO PODEMOS DOAR’
Emanoel lembrou que o Legislativo devolveu R$ 19 milhões aos cofres públicos entre 2023 e 2024, durante sua primeira gestão como presidente, e que há previsão de repassar cerca de R$ 10 milhões em 2025.
“Nós não podemos simplesmente doar ou repassar nosso orçamento. Tudo aquilo que conseguimos economizar, devolvemos, e o Executivo faz a melhor gestão desses recursos. Com nosso orçamento, que é enxuto, estamos fazendo uma gestão eficiente, transparente e buscando economicidade”, sustentou.
A empresa contratada deverá fornecer equipe, estúdio e equipamentos próprios, além de produzir até 480 reportagens em vídeo, 100 entradas ao vivo e 240 programas de estúdio por ano. Entre os critérios de qualificação da produtora estão registro na Ancine (Agência Nacional do Cinema), comprovação de experiência em produção jornalística, equipe técnica qualificada e estúdio próprio em Londrina — a ser montado após a assinatura do contrato, que terá vigência de 24 meses, prorrogável conforme a legislação.