Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Global Expression Report 2024

Brasil pós-Bolsonaro tem maior avanço mundial em ranking de liberdade de expressão, diz ONG

Angela Pinho - Folhapress
21 mai 2024 às 09:10
- Valter Campanato/Agência Brasil
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O Brasil registrou o maior avanço mundial em um relatório sobre liberdade de expressão após a saída de Jair Bolsonaro (PL) da Presidência da República.


Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade

O Global Expression Report 2024, divulgado pela organização Artigo 19, com sede em Londres, traz dados relativos a 2023 para 161 países, classificados em cinco categorias: aberto, menos restrito, restrito, altamente restrito ou em crise.

Leia mais:

Imagem de destaque
Não foi autorizado

Boulos chama de absurdo hino com linguagem neutra em evento de sua campanha

Imagem de destaque
Veja vídeo

Boulos apaga vídeo de Hino Nacional com gênero neutro após repercussão negativa

Imagem de destaque
Determinações do TSE

Veja restrições de conteúdo sobre candidatos na programação de rádio e na TV

Imagem de destaque
Decreto de armas

Governo faz acordo no Senado e vai liberar clube de tiro que já funciona próximo a escola


Com 81 pontos, em uma escala de 0 a 100, o Brasil passou da 87ª posição para a 35ª, saindo de restrito para aberto. O avanço foi de 26 pontos.

Publicidade


Para calcular essa pontuação, a organização seleciona 25 indicadores de seis áreas da base de dados V-Dem. A base do instituto sueco de mesmo nome tem cerca de 600 indicadores para cada país, cuja avaliação é feita por cerca de 4.000 especialistas ao redor do mundo.


As áreas levadas em conta pela Artigo 19 são: leis e sua aplicação; direitos digitais; liberdade de mídia, participação política; participação cívica; e liberdade política e privada.

Publicidade


Em 17 dos 25 indicadores avaliados, o Brasil registrou melhora em 2023, primeiro ano do terceiro mandato de Lula (PT), em relação a 2022, último ano de Bolsonaro.


O avanço do país se deu em temas como participação de organizações da sociedade civil; liberdade de publicação de conteúdo político; monitoramento governamental da internet; transparências das leis e sua aplicação; violência política e liberdade religiosa e acadêmica.

Publicidade

CONFIRA RANKING DOS MELHORES E PIORES PAÍSES SEGUNDO ONG


Os 5 melhores

Publicidade


1. Dinamarca - 95 pontos
2. Suíca - 93 pontos
3. Suécia - 93 pontos
4. Bélgica - 92 pontos
5. Estônia - 92 pontos


Próximos ao Brasil

Publicidade


33. Reino Unido - 81 pontos
34. Eslováquia - 81 pontos
35. Brasil - 81 pontos
36. Malta - 81 pontos
37. Honduras - 80 pontos
38. Taiwan - 80 pontos


Os 5 piores

Publicidade


157. Turcomenistão - 1 ponto
158. Belarus - 1 ponto
159. Nicarágua - 1 ponto
160. Eritreia - 1 ponto
161. Coreia do Norte - 0 pontos

Nos últimos anos, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) enfrentaram questionamentos por decisões relacionadas à liberdade de expressão.


Essas críticas ganharam combustível no bolsonarismo em abril deste ano ao serem endossadas e amplificadas pelo empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter).


Chamado por Bolsonaro de "mito da liberdade", o bilionário condenou as decisões de remoção de conteúdo pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF e do TSE, e afirmou que iria descumpri-las -o que, segundo o braço brasileiro do X, não aconteceu.


Em reação, o ministro incluiu Musk no inquérito das milícias digitais. Moraes tem defendido sua atuação sob o argumento de que liberdade de expressão não equivale a salvo-conduto para agressões e discursos preconceituosos ou antidemocráticos.


O governo Lula, por sua vez, entrou na mira da oposição após anúncio de investigação da Polícia Federal sobre fake news relacionadas à tragédia no Rio Grande do Sul.


Deputados bolsonaristas dizem ver na medida uma tentativa de cerceamento de discursos. Já o governo afirma que busca combater a desinformação.


Co-diretor executivo da Artigo 19 no Brasil, Paulo José Lara avalia que a melhora do país tem forte ligação com o fim da gestão Bolsonaro, marcada por ataques a cientistas, jornalistas e à sociedade civil organizada em geral.


Relatórios anteriores da organização sobre a gestão Bolsonaro já haviam rebaixado a pontuação brasileira citando ataques a jornalistas, desinformação propagada por agentes do governo durante a pandemia de Covid e falta de transparência de dados públicos.


Para Lara, o governo Lula levou a uma normalização institucional que permitiu ao Brasil melhorar no tema, tanto em relação à liberdade jornalística quanto a outras formas de expressão.


Ele destaca especialmente a área de participação cívica, mencionando a retomada de conselhos multissetoriais e grupos consultivos


Por outro lado, o codiretor avalia que também há pontos negativos tanto na atuação da gestão petista quanto na do Judiciário em relação à liberdade de expressão.


A primeira lacuna do governo federal teria sido não conseguir implementar medidas efetivas contra desinformação.


Embora tenha tentado articular a aprovação de um projeto de lei contra desinformação no Congresso Nacional, o chamado PL das Fake News, a proposta não avançou.


Ele afirma ainda que, mesmo com a elogiável, em sua opinião, criação de pastas como a de Direitos Humanos e dos Povos Originários, ainda é preciso implementar políticas concretas e com financiamento robusto para proteger comunicadores, defensores ambientais e de direitos humanos.


Por fim, Lara critica o que vê como falta de disposição do governo para a democratização dos meios de comunicação, especialmente rádio e televisão.


Ele destaca que o relatório avalia apenas a independência do Judiciário, sem entrar no mérito de suas decisões. Ainda assim, ele avalia que falta ao Poder o estabelecimento de parâmetros para decisões relativas à liberdade de expressão.


"Isso faz com que o Judiciário tenha resoluções erráticas e muitas vezes até contraditórias quando é instado a opinar", diz. Por outro lado, ele diz que os tribunais ficaram mais expostos pela ausência de uma regulamentação legal e pela situação atípica da articulação golpista dentro do governo Bolsonaro.


MUNDO


Com a subida de posição, o Brasil ficou em sexto lugar nas Américas em relação à liberdade de expressão, atrás de Canadá (14ª), Argentina (15ª), Estados Unidos (26ª), Chile (27ª) e Jamaica (28ª).


Lideram o ranking global Dinamarca, com 95 pontos, seguida de Suécia e Suíça, ambas com 93, e depois por Bélgica, Estônia e Noruega, as três com 92.


A pior posição global é a da ditadura comunista da Coreia do Norte, com pontuação nula. China, Turcomenistão, Belarus, Nicarágua e Eritreia completam o conjunto de países na lanterna do ranking.


Uma importante novidade da edição atual do relatório foi a mudança de status da Índia, sob o governo do direitista Narendra Modi, de altamente restrito para em crise.


Com isso, o documento considera que mais da metade da população mundial (53%) vive em países em crise de liberdade de expressão. Só 23% habitam países com expressão livre ou menos restrita.


ÁREAS EM QUE O BRASIL MELHOROU, SEGUNDO O RELATÓRIO


Participação cívica


- Consulta a organizações da sociedade civil
- Liberdade das organizações da sociedade civil
- Engajamento da sociedade


Direitos digitais


- Liberdade em relação prisão por conteúdo político
- Liberdade em relação a filtros governamentais na internet
- Liberdade em relação a monitoramento governamental de mídia social


Leis e sua aplicação


- Leis transparentes com aplicação previsível


Liberdade de mídia


- Liberdade contra censura governamental
- Liberdade contra assédio a jornalistas
- Liberdade contra autocensura da mídia


Participação política
- Liberdade contra assassinato político

- Liberdades privadas e políticas
- Liberdade de expressão acadêmica e cultural
- Liberdade de intercâmbio acadêmico
- Liberdade de discussão para homens
- Liberdade de discussão para mulheres
- Liberdade de reunião pacífica
- Liberdade de religião


Imagem
No último ano de mandato, Marcelo Belinati atinge marca de 75% de aprovação
O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), chega ao último ano de mandato com o maior índice de aprovação desde que assumiu a administração municipal: 75%.
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade