Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Confira como foi

Bolsonaro vira alvo principal de 1º debate, e Lula se esquiva sobre corrupção

Carolina Linhares e Victoria Azevedo - Folhapress
29 ago 2022 às 08:15

Compartilhar notícia

- Renato Pizzutto/Band
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

No primeiro debate presidencial na TV, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se tornou o alvo preferencial dos demais candidatos. O atual chefe do Executivo, por sua vez, mirou no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se esquivou em pergunta sobre corrupção.


Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade

O tema central do debate foi o respeito às mulheres, arena em que Bolsonaro atua com desvantagem. O assunto foi levantado pelas candidatas mulheres, Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), mas dominou as discussões a partir de um ataque do presidente à jornalista Vera Magalhães.

Leia mais:

Imagem de destaque
Plano Diretor

Novo Código de Obras é debatido em audiência pública na Câmara

Imagem de destaque
Diminuição da jornada de trabalho

Deputados federais de Londrina não assinam PEC e questionam fim da escala 6x1 para trabalhadores

Imagem de destaque
Saiba mais

PEC 6x1 ainda não foi debatida no núcleo do governo, afirma ministro

Imagem de destaque
Saiba mais

PEC que propõe fim da escala de trabalho 6x1 alcança número necessário de assinaturas, diz Hilton


Além de Simone e Soraya, Ciro Gomes (PDT) e Lula se solidarizaram com Vera. O debate teve ainda a participação de Felipe D'Ávila (Novo).

Publicidade


O evento foi organizado em pool por Folha, UOL e TVs Bandeirantes e Cultura, e durou quase três horas. Lula e Bolsonaro foram os últimos a confirmar presença no debate -depois de dias de incertezas nas campanhas.


Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada neste mês, Lula lidera com 47% das intenções de voto, ante 32% de Bolsonaro e 7% de Ciro.

Publicidade


Além dos duelos entre Lula e Bolsonaro, houve embate entre Ciro e o petista. Tebet foi uma das principais críticas do presidente no debate, mas tampouco poupou Lula. O chefe do Executivo manteve a calma nos enfrentamentos com adversários, mas se exaltou ao ser questionado por Vera sobre a vacinação.


"Acho que você dorme pensando em mim, você não pode tomar partido num debate como esse. Você é uma vergonha para o jornalismo", disse Bolsonaro a ela.

Publicidade


Tebet saiu em defesa da jornalista e também foi alvo de Bolsonaro. "A senhora é uma vergonha para o Senado, não vem com essa historinha de que eu ataco mulheres, de se vitimizar".


"Quando vejo o que aconteceu com a Vera, eu realmente fico extremamente chateada. Quando homens são tchutchucas como outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão. Eu fico extremamente incomodada, fico brava", disse Soraya.

Publicidade


Ciro também repreendeu o trato de Bolsonaro a mulheres. O pedetista lembrou a fala da fraquejada, enquanto Bolsonaro mencionou que Ciro já disse que a função de sua mulher, que era Patrícia Pillar na época, era dormir com ele. Ambos pediram desculpa, no debate, pelas declarações.


"Você corrompeu todas suas ex-esposas. Você corrompeu seus filhos, tendo prometido que ia acabar com a corrupção do PT", disse Ciro. "Você não tem coração", completou o pedetista, citando falas de Bolsonaro na pandemia.

Publicidade


Em suas considerações finais, Lula afirmou se solidarizar com Simone e "com a jornalista que foi agredida".
Mas, ao ser questionado sobre se comprometer a indicar mulheres para metade de seu ministério, Lula afirmou que não assumiria esse compromisso -enquanto Tebet declarou que assim o fará se eleita.


O candidato do PT afirmou que indicará "as pessoas que tem capacidade para assumir determinados cargos". "O que não dá é para assumir o compromisso numericamente. [...] Não vou assumir compromisso, porque se não for possível passarei por mentiroso."

Publicidade


Logo em sua primeira resposta, Bolsonaro criticou o que chamou de ativismo judicial e defendeu seu indulto ao deputado Daniel Silveira, condenado por ameaças a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). "Alguns ministros do STF querem a qualquer preço interferir no Poder Executivo", disse.


Em um momento de desabafo por ter sido o alvo prioritário, Bolsonaro questionou por que todos sentiam raiva dele. "Por que me atacar? Por que acabei com a harmonia da corrupção por aí?", declarou.


No primeiro embate direto entre candidatos, Bolsonaro perguntou a Lula se o petista queria voltar ao poder para continuar a corrupção na Petrobras.


"Era preciso ser ele a me perguntar e sabia que essa pergunta viria", disse Lula. O petista citou medidas anticorrupção e de transparência do seu governo.


Bolsonaro replicou mencionando a delação de Antonio Palocci e disse que o governo Lula foi feito "a base de roubo". "Seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil", disse.


Lula rebateu afirmando que seu governo foi que gerou mais emprego, inclusão, investimento na educação e lucro para a Petrobras. Citou ainda o menor desmatamento na Amazônia e o assentamento de terras, num contraponto a Bolsonaro.


"O país que eu deixei é um país que o povo tem saudade", disse Lula, acusando Bolsonaro de "destruir o país" e "inventar números".


Lula e Bolsonaro voltaram a se enfrentar quando o tema foi o auxílio de R$ 600 -eles acusaram um ao outro de mentir e se comprometeram a manter o valor no ano que vem.


"A manutenção dos R$ 600 não está na LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias]. Existe uma mentira no ar", disse Lula. "O candidato adora citar números absurdos que nem ele acredita."


"Está no teu DNA, mentir e inventar números. [...] "Por que o PT não aumentou o Bolsa Família? Pagava uma miséria, porque só queria votos", retribuiu Bolsonaro.


Ciro, que voltou a apresentar a proposta de refinanciamento de dívidas, entrou em outro embate com Bolsonaro ao questionar o presidente a respeito da fome, depois que o mandatário disse que não havia quem pedisse pão no Brasil.


Bolsonaro culpou a pandemia pela piora na economia e lembrou que reduziu o ICMS dos combustíveis, além de ampliar o valor do Bolsa Família ao criar o Auxílio Brasil. "Alguns passam fome, sim, mas não com número exagerado."


O pedetista, então, afirmou ser preciso acabar com os "limites politiqueiros da política de renda" e defendeu seu programa de renda mínima Eduardo Suplicy, em homenagem ao petista.


Ciro também duelou com Lula em pergunta sobre a união da esquerda. O petista iniciou a resposta afirmando respeitar o adversário. "Sou grato ao Ciro, que esteve no governo comigo, em 2003 a 2006. Ele resolveu não estar conosco, sair com candidatura própria é direito dele", disse.


O pedetista, no entanto, afirmou que "Lula se deixou corromper" e atribui a agressividade do clima político também ao PT. Ele afirmou que o ex-presidente é um "é encantador de serpentes" e o responsabilizou por crise econômica.


"Você sabe que está dizendo inverdades a meu respeito. [...] Eu não fui para Paris [em 2018]. Eu fui absolvido nos 26 processos", rebateu Lula.


Tebet acabou sendo uma das principais críticas a Bolsonaro no debate. Ela questionou o presidente se ele tem raiva das mulheres.


Bolsonaro afirmou que as mulheres não devem ser defendidas só por serem mulheres e citou a primeira-dama Michelle Bolsonaro, a quem tem usado para atingir o eleitorado feminino.


"Me acusa sem prova nenhuma. [...] Fui o governo que mais sancionou leis pelas mulheres. [...] Não cola mais. [...] Chega de vitimismo, somos todos iguais", disse. "Faz política, fala coisa séria, não fica aqui fazendo mimimi", completou.


Tebet respondeu que Bolsonaro destila ódio e é uma fábrica de fake news.


"Não vi o presidente da República pegar a moto dele e entrar em um hospital para abraçar uma mãe", disse ela, lembrando sua participação na CPI da Covid e as suspeitas de corrupção em compras de vacinas.


A candidata do MDB também criticou Bolsonaro ao prometer respeito à Constituição e aos Poderes. "Temos radicalização e desarmonia em função de termos um presidente que ameaça a democracia a todo o momento, não respeita a impressa livre, a independência do Supremo, do Poder Judiciário e do Legislativo. Precisamos trocar o presidente da República", disse.


Lula perguntou a Tebet sobre a CPI da Covid, e ouviu da senadora que "houve corrupção, tentativa de comprar vacina superfaturada".


"A corrupção é fruto de governos passados, Esse governo teve corrupção, como lamentavelmente teve o governo de vossa excelência", emendou a emedbista em crítica ao PT.


Lula respondeu que seu governo valorizou a Polícia Federal e tinha mecanismos de transparência. "Hoje qualquer coisinha é sigilo de 100 anos", disse em referência a Bolsonaro.


Luiz Felipe d'Avila (Novo) afirmou que "não vive da política e nem de governo" e citou Romeu Zema (Novo), em Minas, como exemplo de governo. Ele defendeu "cortar desperdício da máquina pública" e afirmou que o "Estado caro e ineficiente atrapalha a vida de quem trabalha".


D'Avila disse a Lula parecer que o PT não gosta de empresários e do mercado -os dois, no entanto, concordaram a respeito da necessidade de preservar a Amazônia. "Temos que olhar o mercado com juízo, porque ele vai ajudar o Brasil na questão do meio ambiente", disse D'Avila.


O petista perguntou ao candidato do Novo sobre mudança climática e desmatamento com a intenção de desgastar Bolsonaro. "Tivemos um ministro [Ricardo Salles] que dizia deixa a boiada passar."


Em outra passagem, d'Avila afirmou ser um absurdo chamar o agronegócio de fascista, em crítica a Lula.
Soraya disse que não comparecer ao debate seria uma covardia, em referência a Lula e Bolsonaro, que ameaçaram não participar. Ela defendeu o imposto único federal e disse ter um projeto liberal "de verdade, não no gogó".


A candidata da União Brasil prometeu isentar todos os professores do imposto de renda.


"Quem tem que dizer que o SUS é bom ou não não somos nós, que não usamos esse serviço, mas quem está na fila", disse Soraya a Tebet em pergunta sobre saúde.


Soraya ainda criticou o uso da religião na política e comparou Lula a Bolsonaro. "Ddizíamos sempre que o PT nos separava para conseguir manipular e manobrar todo mundo, esse governo está fazendo a mesma coisa."


Em reunião com assessores de todos os candidatos ficou acertado que não haveria plateia no estúdio, mas acompanhantes assistiram o debate em uma sala à parte. No local, o deputado André Janones (Avante-MG), apoiador de Lula, e Ricardo Salles (PL), apoiador de Bolsonaro, partiram para uma briga e foram separados por seguranças.


Líderes nas pesquisas de intenção de voto, Lula e Bolsonaro não ficaram lado a lado no debate, como estava previsto em sorteio. Pouco antes do início do programa, a pedido da segurança das duas campanhas, a ordem foi mudada. Ciro foi às redes reclamar da alteração do posicionamento no palco.


O debate ocorre na mesma semana em que candidatos à Presidência foram sabatinados no Jornal Nacional, da TV Globo. Bolsonaro participou na segunda (22), Ciro na terça (23), Lula na quinta (25) e Tebet na sexta (26).

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo