Manifestantes bolsonaristas pediram anistia aos presos pelo atentado do 8 de janeiro, neste domingo, feriado de 7 de Setembro, no cruzamento entre as avenidas Higienópolis e Juscelino Kubitschek, na Região Central de Londrina.
Além da demanda principal, os militantes solicitaram a prisão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e a soltura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar há pouco mais de um mês.
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Uma parte da avenida Higienópolis foi interditada às 14h e o bloqueio total foi feito às 15h30, com a chegada de mais manifestantes. Apenas um trecho da JK foi fechado, o que permitiu o trânsito fluir em direção à Zona Leste.
No local, os apoiadores de Bolsonaro portavam bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel e cartazes com as frases “Thank you Trump (Obrigado, Trump)”, “Anistia”, “Fora Lula”, “Brasil, ame-o”, “Free Bolsonaro Now” e “Impeachment de Moraes”.
Diversos veículos que passavam pela avenida JK apoiavam o movimento com bandeiras do Brasil penduradas nas janelas, gritos e buzinas. Houve também pessoas contrárias que se manifestaram com vaias. Dois agentes da PM (Polícia Militar) estiveram no local e relataram à reportagem que nenhum transtorno aconteceu no decorrer do ato.
Por mais que o protesto tenha reunido diversas pessoas, alguns militantes que estavam no local questionaram a ausência de apoio popular. O mesmo questionamento foi levado ao palanque pelo vereador Marcelo Oguido (PL), que disse que “faltou Londrina estar mais em peso”. O reverendo Glênio Paranaguá, da PIB (Primeira Igreja Batista), também destacou que foi “o menor grupo dos últimos tempos”.
As vereadoras Michele Thomazinho (PL) e Jessicão (PP) marcaram presença no ato. A primeira bradou ao microfone que “eleição sem Bolsonaro é golpe” e a segunda se emocionou ao falar dos “irmãos patriotas presos”. “Não tenho nada a comemorar. Estamos aqui hoje para gritar ao mundo que nós queremos anistia já para todos os presos políticos”, discursou Jessicão.
O prefeito do município, Tiago Amaral (PSD), não esteve presente. No palanque, o orador do evento passou ao público as desculpas de Amaral, que afirmou ter faltado porque o seu tio estava doente. O motivo da ausência não foi confirmado pela assessoria de imprensa da prefeitura até a publicação deste texto.
Antes da informação sobre o prefeito ser divulgada, Junior Santos Rosa (PSD), vice-prefeito, disse que Amaral provavelmente compareceria, o que não ocorreu. Ele fez um dos discursos mais aplaudidos pelos presentes.
“Todos sabem que eu sou negro. O meu pai é pastor há 40 anos e sempre o ouvi falar da importância da liberdade. Jamais imaginaria que, com 41 anos de idade, eu iria ver no Brasil perseguição à liberdade de expressão. Não vamos nos calar e ninguém vai nos parar”, pontuou.
Enfatizando que os seus antepassados foram escravizados, Rosa finalizou dizendo que os “negros sabem o valor da liberdade e que não vão abrir mão dela novamente”.
O ato pró-Bolsonaro ocorreu até as 17h, quando o trânsito foi liberado em todos os sentidos. Ainda não há um número oficial da contagem de manifestantes feita pela PM.