O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), criticou, neste domingo (27), uma "caravana" supostamente trazida por Tiago Amaral (PSD) ao município a fim de "fiscalizar" o pleito. Belinati acusou o adversário de Maria Tereza (PP) de reunir diversos servidores públicos do estado para fazerem boca de urna no município.
"Londrina está sendo invadida por ônibus de toda a região, que foram convocados por forças políticas que desembarcaram durante toda a campanha e esses prefeitos estão acompanhados de cabos eleitorais, funcionários em comissão, para virem afrontar a justiça eleitoral e fazer boca de urna para o candidato da outra coligação", disse o prefeito em entrevista coletiva no Colégio Universitário, onde votou às 8h.
A reportagem também acompanhou o candidato à prefeitura Tiago Amaral e o questionou sobre a acusação proferida pelo atual gestor de Londrina. Ele não quis comentar o assunto.
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'Interferência de Curitiba'
Belinati também afirmou que as estratégias de Amaral têm apoio de "forças políticas de Curitiba" e que há um esforço intenso para “levarem a prefeitura de Londrina”.
“O que nós queremos é que as eleições sejam limpas e corretas, sem afrontar a Justiça Eleitoral e o povo de Londrina. Todos os políticos de Curitiba, os mais poderosos, estão apoiando o outro candidato. Querem eleger na marra o candidato”, disse. “Eu não posso citar nomes, mas nós vimos em alguns dias que tinha congestionamento de avião. Só que eles não vêm de avião comum, vêm de jatinho porque são políticos milionários. Os políticos de Curitiba causaram engarrafamento aéreo para tentar vir tomar Londrina. Pra que tanto desespero?”, apontou.
O prefeito pontuou que as eleições municipais de 2024 marcaram Londrina pelos ataques. "A cidade ficou em paz durante esses oito anos. Foi só chegar a campanha eleitoral que esse grupo de poderosos que a gente viu esse tipo de campanha que não é o que a população deseja."
Tiago Amaral foi procurado para comentar as afirmativas de Belinati. Ele negou a interferência externa e condenou a atitude do gestor.
"São mentiras e narrativas feias da figura de um prefeito que deveria ser um líder regional, ser a pessoa responsável por conduzir processos. Eu nunca pensei na minha vida que veria um prefeito atacar o governador, atacar deputados e prefeitos da região. Para mim, é a mais pura demonstração do desespero, do desprezo e dos objetivos pessoais inseridos no processo. Isso não tem nada de democrático", disse em entrevista coletiva no Colégio Universitário, onde também votou, pouco antes das 10h.
Ataques à família
O prefeito também foi questionado sobre "ser um cacique da política de Londrina", fala que foi levantada por Tiago Amaral. Ele salientou que a sua família foi agredida de "forma violenta com mentiras e fake news", mas também foi procurada por Amaral para dar apoio antes da formação das chapas.
“Ele agrediu a minha família, mas, ao mesmo tempo, pediu o apoio de todo mundo. Ele veio pedir o meu apoio, o apoio do Tales Belinati, queria que ele fosse vice dele e, agora, só porque não o apoiamos, não somos bons?", questionou.
Tiago Amaral também não falou sobre o assunto.
Amepar
A Amepar (Associação dos Municípios do Médio Paranapanema) divulgou nesta manhã nota de repúdio pela entrevista do prefeito Marcelo Belinati. "A Amepar é formada por 22 municípios, tem 50 anos de história. Respeitamos o processo eleitoral e acreditamos que as eleições contribuem para o fortalecimento da nossa democracia. No entanto, não aceitaremos acusações infundadas e traiçoeiras jogadas ao vento, sem qualquer tipo de provas e sem ao menos citar claramente a quais prefeitos ele se refere", diz trecho da nota assinada por Sérgio Onofre, prefeito de Arapongas (Região Metropolitana de Londrina) e presidente da Amepar.
Atualizada às 12h30
(Colaborou Pedro Marconi)