A destruição de um dos templos da cidade antiga de Palmira, na Síria, pelo grupo terrorista Estado Islâmico é um "crime de guerra", declarou hoje (24) a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
"Os autores deverão responder pelas suas ações", afirmou em comunicado a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, citada pela agência de notícia France Presse (AFP). Ela apela à comunidade internacional "para que continue unida contra esta purificação cultural".
Foi confirmado no domingo que os extremistas do Estado Islâmico, que controlam Palmira (conhecida localmente como Tadmur) desde maio, detonaram explosivos colocados no templo de Baal Shamin, construído no ano 17 d.C. e classificado de patrimônio mundial da humanidade.
Leia mais:
OMS anuncia que mpox ainda figura como emergência em saúde pública global
Curiosos ficam próximos de lava de vulcão na Islândia e polícia é acionada
Funeral de Liam Payne movimentou doações para ajudar crianças com câncer
Equipe de Trump tem primeira baixa e escolhido para Departamento de Justiça renuncia à indicação
Segundo a Unesco, a sua "cella" (parte central do templo) foi danificada e as colunas que a rodeavam desabaram.
Na semana passada, foi igualmente divulgado que o Estado Islâmico decapitou um dos maiores especialistas dos tesouros arqueológicos da cidade histórica.
Khaled Al Assad, de 82 anos, era o antigo responsável pelas antiguidades e pelos museus de Palmira e ajudou a preservar os tesouros arqueológicos da cidade, também conhecida de "pérola do deserto", durante meio século.
"O Daesh [nome árabe depreciativo para Estado Islâmico] mata as pessoas e destrói o patrimônio, mas não pode silenciar a História e não conseguirá apagar esta grande cultura da memória do mundo", afirmou Irina Bokova. "Apesar dos obstáculos e do fanatismo", acrescenta, "a criatividade humana vai prevalecer, os edifícios e o patrimônio serão restaurados e alguns deles serão reconstruídos".
O Estado Islâmico considera o patrimônio religioso pré-islâmico, especialmente as estátuas, de expressões de idolatria, terminantemente proibida pela teologia islâmica que o grupo diz seguir.
Segundo a ONU, mais de 300 locais históricos na Síria foram danificados, destruídos ou pilhados ao longo do conflito que dura mais de quatro anos.