Os efeitos variam em todo o mundo, mas, tipicamente, o fenômeno favorece temperaturas mais baixas e o aumento das chuvas em várias regiões.
No Brasil, em geral, há maior precipitação na Amazônia. No Sul do país, por outro lado, a tendência é de redução nas chuvas.
Embora o La Niña contribua para a diminuição das temperaturas em muitos territórios, o fenômeno não é suficiente para suplantar o aquecimento global impulsionado pelo acúmulo de gases de efeito estufa emitidos pelas atividades humanas.
Surpreendendo muitos cientistas, que já esperavam um abrandamento do calor devido à ocorrência Niña, o primeiro mês de 2025 foi declarado o janeiro mais quente da história pelo observatório Copernicus, da União Europeia.
Os recordistas anteriores, em janeiros passados, haviam sido anos com ocorrência do fenômeno inverso, o El Niño.
Dados divulgados nesta quinta-feira (6) pelo observatório europeu mostram que fevereiro também registrou temperaturas acima da média.
O mês passado foi o terceiro fevereiro mais quente da série histórica, com temperatura média na superfície do ar de 13,36°C. O resultado ficou 1,59°C acima da média estimada para a era pré-industrial.
As médias de temperatura para o período entre 1850 e 1900, anteriores à queima em larga escala de combustíveis fósseis na Revolução Industrial, são consideradas referência para aferir os impactos do aquecimento global.
Fevereiro de 2025 foi ainda o 19º mês, nos últimos 20 meses, em que a temperatura média global ficou acima de 1,5°C em comparação aos níveis pré-industriais.
Essa cifra, que é a meta preferencial pactuada pela comunidade internacional no Acordo de Paris, é também considerada por cientistas como o limite para conter as piores consequências das mudanças climáticas.
Declarado o ano mais quente da história da humanidade, 2024 foi o primeiro a ultrapassar essa barreira. De acordo com dados do Copernicus, a média de temperatura do ano passado ficou 1,6°C acima da média entre 1850 e 1900.
Cientistas afirmam, contudo, que o limite de 1,5°C de aquecimento ainda não foi definitivamente rompido. Para isso, são necessárias cerca de duas décadas com os termômetros nesse patamar.
Além das mudanças nas temperaturas, as mudanças climáticas também vão deixando outras alterações.
As informações mais recentes divulgadas pelos europeus mostram que, em fevereiro, a cobertura diária global de gelo marinho -que inclui as extensões congeladas nos dois polos do planeta- registrou um mínimo histórico no começo do mês.
Na Antártida, o gelo marinho atingiu sua quarta menor extensão para o mês de fevereiro, ficando 26% abaixo da média.