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Mudança climática

La Niña deve durar pouco, afirma Organização Meteorológica Mundial

Giuliana Miranda - Folhapress
06 mar 2025 às 11:52

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Iniciado no último mês de dezembro, o fenômeno climático La Niña -que favorece a ocorrência de chuvas e de temperaturas mais baixas em várias partes do planeta, inclusive no Brasil- deve ser de curta duração, indicou a mais recente avaliação da OMM (Organização Meteorológica Mundial), vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas).

Segundo a entidade, há 60% de probabilidade de que as condições de temperatura do Pacífico Equatorial voltem a ser neutras -sem La Niña ou seu oposto, o El Niño- já durante o período entre março e maio.
A probabilidade de neutralidade das condições aumenta para 70% no período entre abril e junho.

Antes mesmo da confirmação da ocorrência da atual temporada de La Niña, os cientistas da OMM e de outras instituições já vinham alertando que havia sinais de que ela não duraria por muito tempo.

"As previsões sazonais para El Niño e La Niña e os impactos associados nos padrões climáticos e meteorológicos globais são uma ferramenta importante para alertas precoces e ações antecipadas", disse, em nota, a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial, Celeste Saulo.

A líder da OMM destacou a importância econômica e social desse tipo de investigação climática. "Essas previsões se traduzem em milhões de dólares em economia para setores-chave, como agricultura, energia e transporte, além de terem salvado milhares de vidas ao longo dos anos, permitindo a preparação para riscos de desastres."

O boletim da Organização Meteorológica Mundial indica ainda que a possibilidade de desenvolvimento de El Niño é "insignificante durante o período de previsão", que vai de março a junho. Os pesquisadores ressaltam, contudo, que há uma incerteza maior nas previsões de longo prazo feitas agora, por conta também de alterações sazonais já esperadas.

Tanto o El Niño quanto o La Niña são fenômenos naturais que têm impactos temporários no clima e nas precipitações do planeta.

Durante La Niña, há um resfriamento das temperaturas no Pacífico equatorial e central, combinado com alterações na circulação atmosférica tropical, incluindo mudanças nos padrões de chuva, vento e pressão.

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Os efeitos variam em todo o mundo, mas, tipicamente, o fenômeno favorece temperaturas mais baixas e o aumento das chuvas em várias regiões.


No Brasil, em geral, há maior precipitação na Amazônia. No Sul do país, por outro lado, a tendência é de redução nas chuvas.

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Embora o La Niña contribua para a diminuição das temperaturas em muitos territórios, o fenômeno não é suficiente para suplantar o aquecimento global impulsionado pelo acúmulo de gases de efeito estufa emitidos pelas atividades humanas.

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Surpreendendo muitos cientistas, que já esperavam um abrandamento do calor devido à ocorrência  Niña, o primeiro mês de 2025 foi declarado o janeiro mais quente da história pelo observatório Copernicus, da União Europeia.

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Os recordistas anteriores, em janeiros passados, haviam sido anos com ocorrência do fenômeno inverso, o El Niño.


Dados divulgados nesta quinta-feira (6) pelo observatório europeu mostram que fevereiro também registrou temperaturas acima da média.

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O mês passado foi o terceiro fevereiro mais quente da série histórica, com temperatura média na superfície do ar de 13,36°C. O resultado ficou 1,59°C acima da média estimada para a era pré-industrial.


As médias de temperatura para o período entre 1850 e 1900, anteriores à queima em larga escala de combustíveis fósseis na Revolução Industrial, são consideradas referência para aferir os impactos do aquecimento global.

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Fevereiro de 2025 foi ainda o 19º mês, nos últimos 20 meses, em que a temperatura média global ficou acima de 1,5°C em comparação aos níveis pré-industriais.


Essa cifra, que é a meta preferencial pactuada pela comunidade internacional no Acordo de Paris, é também considerada por cientistas como o limite para conter as piores consequências das mudanças climáticas.

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Declarado o ano mais quente da história da humanidade, 2024 foi o primeiro a ultrapassar essa barreira. De acordo com dados do Copernicus, a média de temperatura do ano passado ficou 1,6°C acima da média entre 1850 e 1900.


Cientistas afirmam, contudo, que o limite de 1,5°C de aquecimento ainda não foi definitivamente rompido. Para isso, são necessárias cerca de duas décadas com os termômetros nesse patamar.

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Além das mudanças nas temperaturas, as mudanças climáticas também vão deixando outras alterações.


As informações mais recentes divulgadas pelos europeus mostram que, em fevereiro, a cobertura diária global de gelo marinho -que inclui as extensões congeladas nos dois polos do planeta- registrou um mínimo histórico no começo do mês.


Na Antártida, o gelo marinho atingiu sua quarta menor extensão para o mês de fevereiro, ficando 26% abaixo da média.


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