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Fuzil usado em atentado contra Trump é eficaz a longas distâncias e tem venda legal no Brasil e nos EUA

Bruno Lucca - Folhapress
15 jul 2024 às 07:10

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- Reprodução/Instagram
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A arma utilizada no atentando contra o ex-presidente americano Donald Trump, segundo o FBI, é a mais vendida nos Estados Unidos.

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Especialistas consultados pela Folha afirmam que o fuzil AR-15 é utilizado majoritariamente para caça, tendo alta precisão a longas distâncias.

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A comercialização do item é permita em 41 dos 50 estados americanos. As unidades que proíbem são Washington, no distrito federal, Califórnia, Nova York, Connecticut, Nova Jersey, Massachusetts, Maryland, Illinois e Delaware. Ou seja, é legal na Pensilvânia, onde ocorria comício de Trump, candidato à reeleição, neste sábado (13). O preço vai de US$ 500 a US$ 1.000 (de R$ 2.700 a R$ 5.400).


No Brasil, a venda é liberada a CACs (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores). Eles, no entanto, só têm direito à posse, não ao porte, restrito às forças de segurança. Aqui, o fuzil custa de R$ 35 mil a R$ 40 mil.

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O AR-15 se enquadra na categoria de rifles de assalto, a mesma da famosa AK-47. Esse tipo de arma, semiautomática, pode disparar até 100 projéteis em poucos segundos a distâncias de até 400 metros. Tudo depende do calibre escolhido. Por essa velocidade e precisão, "é altamente letal", explica Rafael Alcadipani, especialista em segurança pública e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas).


Segundo a americana National Rifle Association (Associação Nacional do Armamento, em português), o fuzil –medindo 99 centímetros e pesando mais de 3 kg– é o queridinho da população do país. Estipula-se que 1 a cada 20 americanos possua um. As principais justificativas de uso no país são caça e proteção pessoal.

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O boom de vendas ocorreu em 2004, quando foi revogada uma lei federal que proibia o comércio de fuzis de assalto. Em alguns dos massacres recentes em solo americano, a polícia identificou a AR-15 como armamento utilizado.


Fora dos Estados Unidos, esse tipo de fuzil também circula em massa, afirma Roberto Uchôa, policial federal e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Um desses mercados é o do Brasil. Houve aqui, diz ele, uma aproximação do cenário americano (em quantidade de itens em circulação) nos últimos anos, durante a presidência de Jair Bolsonaro (PL).


"Essa arma não tinha posse permitida no Brasil até 2019, quando passou a ser no calibre 556 [para Cacs]. Após o recadastramento feito pelo governo em 2023, soubemos que mais de 30 mil delas foram adquiridas", diz Uchôa. O porte dessa arma, porém, nunca foi permitido.

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As organizações criminosas do país, continua o especialista, também se utilizam do fuzil AR-15.
Hugo Santos, diretor presidente da Aspaf (Associação dos Proprietários de Armas de Fogo do Brasil) pondera. Ele diz que o aumento na aquisição de armas de fogo durante a gestão Bolsonaro acompanhou declínio no número de homicídios.


Segundo o Atlas da Violência, porém, o Brasil passou os quatro anos bolsonaristas com a taxa de homicídios estagnada.


"Sobre a letalidade de um armamento, [o AR-15] é tão letal como qualquer outro em mãos erradas", opina.
Para ele, o Brasil possui hoje uma das legislações mais restritivas do mundo com relação a armas de fogo. Por isso, segue, é impensável que uma pessoa se submeta a um teste psicológico, a um teste prático de tiro, forneça todos os seus dados pessoais e utilize o armamento para cometer crimes.


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