O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) divulgou um vídeo na Internet no qual crianças matam prisioneiros e reféns. Nas imagens, analisadas pela agência privada de contraterrorismo SITE, aparecem como "justiceiros" um menino britânico, um egípcio, um curdo, um tunisiano e um uzbeque, em um campo em Raqqa, na Síria.
As crianças também carregam armas e podem ser vistas atrás de cinco prisioneiros, que estão de joelhos e vestindo os macacões laranjas que o EI coloca em todos os seus reféns (em crítica explícita ao uniforme dado aos presos por terrorismo em Guantánamo, base norte-americana em Cuba).
No início da semana, a diretora do SITE, Rita Katz, publicou uma série de fotos de meninos que aparentam ter no máximo 14 anos de idade atuando na linha de frente do Estado Islâmico. Há indícios de que eles estejam praticando atentados terroristas e trabalhando em campos de execução e tortura de reféns.
O grupo "Terror Monitor" também divulgou na semana passada que o Estado Islâmico estava dando treinando para crianças em Raqqa com o objetivo de formar uma nova geração de jihadistas. De acordo com as entidades, as crianças são apelidadas de "cubs", que significa "filhotes". Desde que começou a expandir seu território, o Estado Islâmico recruta crianças para campos de batalha, além de adotar violentas técnicas de execução.
Há relatos de que os jihadistas obrigam os garotos a matarem o próprio pai. Paralelamente a este cenário, ativistas do Aleppo Media Center (AMC) divulgaram o vídeo de duas crianças chorando pela morte de um irmão em um bombardeio na Síria. O irmão foi vítima de um ataque em Aleppo com barris explosivos lançados por helicópteros do governo do ditador Bashar al-Assad.
O vídeo provocou reações na internet, assim como a foto do menino Omran Daqneesh, que circulou recentemente na web. Logo após ser resgatado de um bombardeio contra sua casa, a criança foi fotografada sentada em estado de pânico dentro de uma ambulância e tentando limpar seu rosto sujo de sangue.