O sistema para consultas de informações sobre o comércio exterior brasileiro (Comex Stat) mostra que as exportações de Londrina não foram animadoras em julho. Os números apontam que o município enviou para o exterior R$ 128 milhões em produtos durante o mês, ante R$ 1,66 bilhão exportado por Maringá, o que representa quase 13 vezes menos.
Leia mais:
Meta climática do Brasil cita pela 1ª vez redução no uso de combustíveis fósseis
Falta de Ozempic em farmácias leva pacientes à busca por alternativas
Fux manda governo impedir que beneficiários de programas sociais usem recursos em bets
Veja o funcionamento dos órgãos públicos estaduais no feriado de 15 de novembro
Indo na contramão de Londrina, Maringá
e Ponta Grossa registraram bons números. A Cidade Canção teve uma balança
comercial superavitária – que acontece quando as exportações superam as importações -, com
saldo positivo de R$ 1,35 bilhão somente em julho. A balança de Londrina, em comparação, registrou défict - ou seja, comprou mais do que vendeu produtos para outros países - de R$ 574,8 milhões.
Ponta Grossa passou longe de ter déficit em suas negociações internacionais. O município registrou R$ 609,2 milhões em exportações. Mesmo consumindo um número elevado de importados, Ponta Grossa apresentou superávit em sua balança comercial, com saldo de R$ 205,9 milhões.
LEIA TAMBÉM: Exportações de Londrina caem e são dez vezes menores que as de Maringá
Curitiba anotou um déficit quase bilionário. Importando R$ 1,74 bilhão e exportando R$ 844,5 milhões, o município apresentou um saldo negativo de quase R$ 1 bilhão em sua balança comercial. Mas, segundo o economista e colunista da Folha de Londrina Marcos Rambalducci, a situação de Curitiba é diferente da de Londrina, como já havia explicado em reportagem ao Bonde em junho.
“O déficit na balança comercial é
explicado porque a indústria [de Curitiba] é uma grande importadora de
equipamentos e insumos automotivos e elétricos/eletrônicos, que são depois
vendidos no mercado interno. Portanto,
importa muito e manufatura muito, mas seu mercado é o interno”, disse.
O diretor da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Atacy Melo Júnior, também havia comentado que o problema de Londrina não era a falta de indústrias, alegando que Maringá se beneficiava pelo agronegócio. "Claramente a gente percebe que é o agro que está interferindo na balança comercial. Maringá aumentou a sua exportação de grãos para a China, já a de Londrina diminuiu. Olhando os dados dá para perceber até mesmo um crescimento de empresas que trabalham com insumos agrícolas. Não tem como afirmar que Londrina tem déficit porque não tem indústria”, comentou à época.
*Com supervisão de Luís Fernando Wiltemburg